Frente Sindical realiza debate sobre Reforma da Previdência nesta terça (7)

No Sindipetro-LP, em Santos

A reforma da Previdência irá causar um dos maiores estragos social que nosso país já viu. Somente com pressão de toda sociedade, tomando as ruas e organizando grandes atos, poderemos barrar mais este ataque ao povo brasileiro.

Para isso, a conscientização da população é a principal ferramenta na luta contra a reforma. Com o intuito de informar e mobilizar os trabalhadores, a Frente Sindical Classista, formada por sindicatos combativos da região, realiza, no dia 7 de março, na sede do Sindipetro-LP, o Encontro de formação e mobilização, evento que reunirá autoridades no assunto Previdência para falar da reforma.

Com o tema “Desmonte da Previdência: O futuro roubado!”, os palestrantes, prof. Sérgio Pardal, advogado, especialista em Previdência e Vilson Antonio Romero, jornalista e presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) apresentarão dados e fatos, desmentindo as justificativas do governo para a reforma.

A atividade começa às 18h30, com previsão de término às 21h. A sede do Sindipetro-LP fica na Avenida Conselheiro Nébias, 248, na Vila Mathias. Todos estão convidados.

Os perigos da reforma da Previdência
O governo de Michel Temer, que se vangloria por não ter compromisso eleitoral, quer limitar a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres em 65 anos. Com isso, se o povo deixar a reforma ser aprovada, teremos que trabalhar durante 49 anos para ter direito a uma aposentadoria integral.

Além disso, para se aposentar por idade hoje precisamos ter contribuído por 15 anos para o INSS. Se aprovada a reforma, a exigência sobe para 25 anos.

Um dos argumentos que sustentam a necessidade desta reforma é de que a longevidade do brasileiro aumentou. Ou seja, que os brasileiros estão morrendo mais velhos. No entanto, essa ideia ignora as profundas desigualdades sociais e regionais que existem no país. Em 19 municípios a expectativa de vida é de exatamente 65 anos. Em outras 63 cidades, é de 66. Sendo assim, um trabalhador braçal, que mora em uma região pobre, dificilmente vai conseguir chegar aos 65 trabalhando. Brasil, vive mais tempo e com qualidade de vida quem tem dinheiro e, portanto, quem não depende da previdência social.

O discurso é de combate à crise, mas o objetivo é agradar os grandes fundos de pensão privada que atuam no país. Assim que o governo Temer passou a falar da reforma da previdência as captações de clientes dos fundos de pensão no país subiram 21,2%, de janeiro a outubro de 2016. Um aumento de R$ 42,93 bilhões comparado aos primeiros dez meses de 2015. Em outubro de 2016, a captação foi 57% acima da registrada no mesmo mês em 2015, acumulando R$8,8 bilhões.

Diversas organizações, inclusive internacionais, apontam alternativas à reforma, dentre elas a cobrança dos grandes devedores da União. Enquanto Governo Federal, Senado e Congresso se unem para cobrar do trabalhador um rombo que não existe, os devedores da Previdência Social acumulam uma dívida de R$ 426,07 bilhões, quase três vezes o valor do tal déficit do setor, de cerca de R$ 149,7 bilhões no ano passado. 

Outra medida seria deixar de desviar da Previdência os 30% do que é arrecadado para bancar outras despesas do governo. A prática é antiga e vem desde 1994. Começou com desvio de 20% e recentemente, já no governo Temer, passou para os atuais 30%.

Participe!