Petroleiros do Litoral Paulista aprovam greve geral no dia 30 de junho

Vamos cruzar os braços!

Em assembleia na noite da última quarta-feira (21), os petroleiros do Litoral Paulista aprovaram - por ampla maioria - a greve geral de 30 de junho, convocada pelas centrais sindicais para derrotar as contrarreformas do governo Temer.

Motivos não faltam para a classe trabalhadora cruzar os braços e, se possível, fazer uma greve geral ainda maior que a realizada no dia 28 de abril. A lei da terceirização, já aprovada, e as reformas da previdência e trabalhista representam um retrocesso histórico ao povo brasileiro. Prejudicam não apenas a atual geração de trabalhadores, mas também a juventude que enfrentará um mercado de trabalho ainda mais perverso e injusto, com condições precárias de trabalho e quase nenhum direito assegurado. Para piorar, a aposentadoria ficará mais distante e insuficiente para garantir uma qualidade de vida mínima.

No caso dos petroleiros, os ataques não são uma possibilidade futura - eles acontecem a todo momento, quase diariamente. Além do aprofundamento da criminosa entrega do pré-sal brasileiro ao estrangeiro, somada à venda de ativos que negocia a preço de banana unidades bilionárias e estratégicas, os trabalhadores da Petrobrás sofrem também com o enxugamento do quadro de empregados e a paulatina perda de direitos históricos. O que está em jogo é a privatização da maior empresa do país.

Desde 2014, já foram dois planos de demissão voluntária que agora resultam em uma política criminosa: a companhia tenta impor em suas 14 refinarias, incluindo a RPBC, em Cubatão (SP), a redução do efetivo de operadores, que são os responsáveis por garantir o funcionamento e segurança das unidades. Essa medida é uma ameaça concreta à vida dos petroleiros e das comunidades localizadas no entorno das refinarias. No caso da lei de terceirização, no Terminal Almirante Barroso (TEBAR), em São Sebastião, a gerência já anunciou que em 40 dias irá terceirizar a função de operador, uma atividade-fim.

Portanto, se ao conjunto dos trabalhadores a única saída é a greve geral, no caso da categoria a sua necessidade é ainda maior. Não por acaso, na assembleia da última quarta também foram aprovadas mobilizações contra a redução do efetivo. E diante dos ataques aplicados por Pedro Parente quase diariamente, os petroleiros também aprovaram Assembleia Permanente e Estado de Greve - medidas de ordem jurídica que facilitam uma resposta rápida do Sindicato a qualquer investida da companhia. Uma assembleia para deflagrar greve por tempo indeterminado, por exemplo, poderá ser chamada com muito mais agilidade.

Sozinha, a categoria não tem condições de reverter os ataques desferidos contra a Petrobrás, ataques que não acontecem ao acaso neste período. É parte fundamental das “reformas" defendidas por Temer, pelo Congresso e pela grande imprensa - todos eles aliados do mercado internacional, que exige uma entrega ainda maior de nossas riquezas e um mercado de trabalho ainda mais atrativo, ou seja, com um nível de exploração mais agudo para aumentar suas taxas de lucro. Por isso, cabe aos 18 sindicatos entrar com peso no 30 de junho para engrossar a mobilização.

Fora Temer!
A greve geral é fundamental também para fortalecer a luta pela derrubada de um presidente envolvido até o pescoço em escandalosas denúncias de corrupção. A permanência de Temer na presidência ou a convocação de eleições indiretas, conduzida por um Congresso tomado por corruptos, significará a manutenção da agenda de ataques. Por isso, devemos batalhar também pela imediata convocação de eleições gerais para presidente e Congresso Nacional. É um direito democrático mínimo que deve ser devolvido ao povo. Nenhum dos políticos hoje à frente do país possui legitimidade para aplicar essas medidas e continuar governando como se o país fosse um grande balcão de negócios.

É possível derrotar as reformas e Temer. A recente rejeição da reforma trabalhista numa das comissões do Senado demonstra que a entrada em cena unificada da classe trabalhadora pode impor uma derrota contundente ao governo. Nenhuma confiança em Temer e nos vendilhões do Senado e do Congresso, só sob pressão eles irão recuar. E só a luta, só a greve geral, para arrancar nossa vitória. Juntos somos mais fortes!