Redução de efetivo das refinarias facilita entrega das riquezas nacionais

Privatização da Petrobrás

A redução do efetivo tem como única função gerar economia a qualquer custo. Desde que assumiu a presidência da Petrobrás, este é o objetivo central de Pedro Parente. Escondido sob a falácia da necessária austeridade para sanar as dívidas da empresa, o homem de confiança de Temer vem promovendo um desmonte sem precedentes na maior empresa do país.

O primeiro passo, em articulação com o senador José Serra, foi a aprovação de um projeto de lei que aprofunda a entrega do pré-sal ao estrangeiro de duas formas: tirando da Petrobrás o papel de operadora única dessa riqueza e acabando com sua participação mínima de 30% nos campos do pré-sal. Hoje, se a Petrobrás não julgar “interessante” explorar os poços disponíveis nos leilões, as empresas estrangeiras terão o direito de extrair até 100% de todo o nosso petróleo.
O segundo passo, que está em curso e só foi atrasado em virtude das ações que a FNP ingressou na Justiça, é a venda de ativos a preço de banana e sem qualquer transparência. O terceiro passo é o sucateamento da empresa e a retirada de direitos dos petroleiros. É neste ponto que se localiza a redução do efetivo.

Para atrair os novos “sócios”, e convencer os lobistas de que vale a pena saquear as riquezas do país, Pedro Parente precisa destruir a Petrobrás: e isso se faz a retirando de setores estratégicos da economia, sucateando suas instalações, reduzindo custos com funcionários, flexibilizando direitos, maximizando os lucros para os acionistas.

A carga processada das refinarias já foi reduzida em 30%. O resultado prático é a perda de espaço no mercado doméstico de combustíveis para as suas concorrentes. É isso o que Parente e Temer sempre planejaram: destruir a Petrobrás para beneficiar a iniciativa privada.

Não por acaso, em um ano o volume de gasolina importada praticamente triplicou. Só nos primeiros quatro meses deste ano, as importações de gasolina subiram 41,4% em relação ao mesmo período de 2016. É o maior volume desde 2000. O desmonte das unidades de refino tem beneficiado diretamente as empresas que concorrem com a Petrobrás na comercialização de combustíveis e que também estão de olho na BR Distribuidora, que, assim como as refinarias, está na lista das privatizações anunciadas por Parente.

O governo Temer é a reedição do projeto neoliberal de FHC na década de 1990: seu objetivo é, fatiando a empresa, privatiza-la por completo. Não há dúvidas também de que este ataque é parte dos ataques mais gerais que o conjunto dos trabalhadores vêm sofrendo. Sendo uma empresa estratégica para o país, a Petrobrás é peça fundamental no projeto de Temer: vender o Brasil ao mercado financeiro e multinacionais com a entrega das nossas riquezas, superexploração dos trabalhadores e miséria do povo.

A venda do pré-sal, a entrega da infraestrutura e logística da empresa para as multinacionais, as reformas trabalhista e previdenciária, a lei de terceirização, a PEC 55, tudo isso faz parte do mesmo plano: recolocar o Brasil no papel de país-colônia, totalmente entregue ao estrangeiro à custa dos trabalhadores.

Uma das categorias com maior tradição de luta no país, é fundamental que os petroleiros sejam parte importante da necessária resistência da classe trabalhadora contra esses ataques. É preciso unidade na luta, é preciso reeditar com ainda mais força a greve geral de 28 de abril!