Petroleiros do Litoral Paulista aprovam adesão à Greve Nacional de terça-feira (5)

Contra reforma da previdência

ATUALIZAÇÃO
Centrais cancelam greve. Petroleiros realizarão mobilizações e Frente Sindical Ato Público


As unidades da Petrobrás, situadas na Baixada Santista e Litoral Norte, amanhecerão em greve na próxima terça-feira (5). Aprovada por ampla maioria da categoria, a decisão ocorreu em Assembleia na noite da última quinta-feira (30), na sede, em Santos, subsede, em São Sebastião, e plataformas de Merluza, Mexilhão e P66, onde a votação foi organizada pelos próprios petroleiros embarcados. Aposentados e pensionistas, que mais uma vez compareceram para prestar apoio e compartilhar suas experiências, se abstiveram da votação - como ocorre tradicionalmente em votações sobre mobilização.

Com este resultado, mais uma vez os petroleiros do Litoral Paulista atendem positivamente aos calendários de luta organizados pelas centrais sindicais para enfrentar as medidas do governo Temer. Foi assim quando foram realizadas as duas greves gerais, em 28 de Abril e 30 de junho, foi assim quando foram realizados dias nacionais de luta, como 15 de março, 14 de outubro e, mais recentemente, 10 de novembro. O mesmo ocorreu com os atos de rua, com destaque para a Marcha a Brasília, que reuniu mais de 100 mil pessoas mesmo sob forte repressão do Estado.

“Temer pretende votar na quarta-feira (6) a reforma da previdência. Se não houver resistência, pressão popular, será aprovada. Não conseguimos barrar a lei da terceirização e a reforma trabalhista. Agora, temos a oportunidade de impedir esse novo golpe sobre os trabalhadores. Não será fácil para o governo. Os petroleiros não poderiam ficar de fora e, como já esperávamos, a categoria respondeu positivamente. Dia 5 de dezembro é dia de greve”, afirma Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

Aliás, Temer terá uma grande dor de cabeça com as mobilizações de terça-feira, não por acaso um dia antes da votação. Outras categorias espalhadas pelo país também já decidiram cruzar os braços. É o caso do setor de transporte público. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística da CUT (CNTTL), a categoria vai aderir à greve. Metroviários de São Paulo, outro setor estratégico da classe trabalhadora, também aprovou em assembleia a participação na greve.

Na Baixada Santista, a articulação das mobilizações vem sendo feita pela Frente Sindical Classista. Além do apoio à greve dos petroleiros, que exigirá um grande esforço para que se concretize com sucesso em todas as unidades, os sindicatos que compõem a Frente estarão envolvidos em outras duas atividades.

Às 12 horas, apoiará e participará  do ato realizado por servidores estaduais e federais no Fórum Central, na Praça José Bonifácio, em Santos; e às 18 horas, na Praça da Independência, também em Santos, realizará Ato Público unificando categorias de trabalhadores, desempregados, estudantes, enfim, todos, para dizer em alto e bom som: não à reforma da previdência, nenhum direito a menos!

Além de atacar as medidas de Temer, os sindicatos da Frente também denunciarão o papel lamentável desempenhado pelos deputados federais da região, especialmente Beto Mansur. Escalado como vice-líder do governo, o ex-prefeito virou cão de guarda de Temer. Defende o presidente de todas as acusações de corrupção, votou pela aprovação da reforma trabalhista e pela aprovação da lei que libera a terceirização em todas as atividades. João Paulo Tavares Papa (PSDB) e Marcelo Squassoni (PRB), que também “deveriam representar" a região em Brasília, fizeram o mesmo: disseram sim à reforma trabalhista. Devem ser cobrados para que não façam o mesmo com o direito à aposentadoria.

Para liquidar essa famigerada reforma, impedindo que seja aprovada, convocamos todos os trabalhadores a aderir às mobilizações, cobrando que seus sindicatos cumpram o papel de organizar e mobilizar a classe, em defesa de seus direitos. Sem vacilar, nem tentar usar a legítima luta dos trabalhadores para manter privilégios. Nenhum direito a menos!