Absurdo!
Anúncios que o Sindipetro Litoral Paulista estamparia nos ônibus de Santos, em defesa da Petrobrás e do petróleo brasileiro, foram impedidos de circular nos ônibus da Piracicabana. A empresa é responsável pelo transporte público do município e de boa parte da Baixada Santista.
Na última terça-feira (6), a empresa enviou e-mail ao Sindicato informando que o conteúdo das mensagens foi reprovado pelo órgão gestor, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Em outras palavras, os anúncios foram vetados pela administração do prefeito tucano Paulo Alexandre Barbosa.
Em uma curiosa e estranha coincidência, soubemos que sem alarde e qualquer cobertura da imprensa o prefeito visitou na última terça-feira (6) a unidade da Petrobrás no Valongo, em Santos, para tratar sabe-se lá do que com o gerente geral da UO-BS, Osvaldo Kawakami. Por acaso, se trataria de uma consulta sobre os anúncios do Sindipetro-LP?
Acima, artes que foram vetadas pela Prefeitura
Na resposta ao Sindicato, a Piracicabana informou que "de acordo com o contrato de permissão com a Prefeitura Municipal de Santos, é vetada a veiculação de publicidade com caráter político, religioso, vexatório ou que de qualquer forma atente contra a moral e bons costumes".
Para nós, não há dúvidas de que tal “regra" foi usada com muito bom gosto pela atual gestão da prefeitura santista. Paulo Barbosa é inimigo número um dos trabalhadores, do serviço público e de tudo que seja estatal. Basta notar a entrega de diversos equipamentos públicos essenciais à população para a iniciativa privada.
O caso mais emblemático é, sem dúvidas, a UPA Central. A Prefeitura injeta à Fundação ABC, responsável pela gestão da unidade de saúde, cerca de R$ 1,5 milhão por mês. Em troca, oferece um serviço precário e desumano, que envolve tratamento vexatório e que atenta contra a moral dos usuários. Ainda assim, nada é feito contra essa empresa. Pelo contrário, ela é premiada mensalmente com vultuosos recursos públicos - tirados do bolso do contribuinte.
Sabemos muito bem também que o PSDB, partido de Paulo Barbosa, não é simpático às ideias nacionalistas. O partido de Aécio Neves e companhia apoia o conjunto de ataques de Temer contra o país e os trabalhadores. A Petrobrás, maior empresa do país, não está de fora.
Aliás, um dos ataques recentes à maior empresa do país partiu justamente de um senador tucano: José Serra. É de sua autoria o projeto de lei (PLS 131) que extinguiu a participação obrigatória mínima de 30% da Petrobrás no pré-sal. Resumindo, José Serra abriu espaço para que multinacionais sem qualquer compromisso com o país explorem à vontade uma riqueza nacional estratégica. Perdemos não só milhares de empregos, com a destruição da indústria nacional, mas também bilhões de reais ao ser aplicada no país uma política entreguista. A passos largos, nossos recursos naturais são entregues às mãos estrangeiras por preço de banana.
São crimes contra a soberania nacional como este que pretendíamos divulgar à população nos ônibus da cidade. Mas por causa de uma decisão política - revestida de norma técnica - fomos impedidos pela Prefeitura de conscientizar os moradores da região sobre o que acontece na cidade.
Utilizar os espaços da mídia convencional, como anúncios em jornais impressos e redes de televisão, é uma proposta colocada reiteradamente por associados do Sindipetro-LP em nossos fóruns como assembleias e congressos. Porém, como sempre alertamos, não há neutralidade na imprensa: ela está a serviço do capital e, portanto, do outro lado da trincheira. Ela atua, historicamente, como nossos inimigos. Basta notar o seu papel lamentável diante da reforma da previdência, cuja cobertura manipula e falsifica informações para beneficiar a elite nacional e internacional.
Esta censura não nos calará. Além dos nossos meios de comunicação tradicionais, seguiremos buscando formas de levar até o povo brasileiro nossa mensagem. Privatizar faz mal ao país. Defender a Petrobrás é defender o Brasil!