Contra rebaixamento de salários e demissões em novos contratos, Petroleiros e terceirizados realizam protesto na RPBC

Chamada para ato contra a Reforma da Previdência

Nesta segunda-feira (19), a refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) amanheceu parada em ato com duas pautas importantes: em resposta a negativa da gerência da unidade em discutir a política de contratação de serviços adotada pelas empresas terceirizadas; e contra Reforma da Previdência, com chamado para o ato que será realizado nesta noite, a partir das 18h, na Praça da Independência, em Santos. O atraso foi até às 9h e aconteceu simultaneamente nas Portarias 1 e 10 da RPBC.

A manifestação teve a participação de petroleiros próprios e principalmente dos trabalhadores terceirizados, que são os principais prejudicados pelo rebaixamento de salários, em curso nas assinaturas dos novos contratos das “gatas” com a Petrobrás.

Em resposta ao ofício protocolado no dia 22 de janeiro pelos sindicatos de petroleiros, metalúrgicos, construção civil e Comissão de Desempregados, a Petrobrás afirmou que “não deve fazer ingerência na política de contratação de trabalhadores pelas empresas que lhe prestam serviços, não sendo possível a sua discussão”. Em outras palavras, afirma que o achatamento salarial, a destruição de direitos e as condições penosas de trabalho dos terceirizados são problemas com os quais a refinaria não tem preocupação. Por isso, terceiriza para outras instâncias esse necessário debate, neste caso, para o CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

“Hoje nós estamos só dando um pequeno recado, para que se a empresa não sentar em mesa com os representantes dos trabalhadores, nós vamos continuar a apertar o cerco”, explicou Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.  

Assim como aconteceu na Usiminas, pouco antes de mandar embora mais de oito mil trabalhadores e provocar uma das maiores crises de desemprego da história de Cubatão, as poucas contratações que estão acontecendo na RPBC estão indo para trabalhadores de fora da região da Baixada Santista, quando há muita mão de obra disponível e qualificada esperando uma oportunidade. “Hoje, só em Cubatão são mais de oito mil desempregados, sem contar os demais trabalhadores das outras cidades da região. Dizer que não temos qualificação é mais uma ofensa para os trabalhadores”, disse Ronaldo Queiroz, que faz parte da Comissão dos Desempregados de Cubatão.

Representando o sindicato dos Metalúrgicos da região, Laudinei Gato, prevê mais mobilizações. “Mandamos ofício solicitando uma reunião, mas nos mandaram procurar a Ciesp. Sendo assim, vamos continuar mobilizando os trabalhadores, promovendo mais atos, até que a gerência da refinaria e da Transpetro aceite sentar com os representantes dos trabalhadores para acabar com essa política de rebaixamento de direitos e salários”.  

Com mão de obra sobrando na região, verdadeiros absurdos estão sendo praticados contra os trabalhadores. Dentre tantos, os sindicatos receberam a informação que profissionais com muitos anos de refinaria estão sendo demitidos e os novos contratados, além de receberem menos, são escolhidos os que têm menos dependentes, diminuindo assim os custos dos donos das "gatas" com convênio médico.

O ato foi conduzido pelo Sindipetro-LP, Sintracomos, Assojubs, Sindserv, Metalurgicos, Frente Sindical Classista da Baixada Santista e Comissão de Desempregados de Cubatão.


Assista o vídeo do ato