Decisão do TST não intimida categoria e unidades da Petrobrás amanhecem em greve

Fora Parente!

Nesta quinta-feira, às 15 horas, petroleiros do Litoral Paulista avaliam greve em assembleia na sede e subsede. Às 17 horas, com concentração na sede do Sindipetro, em Santos, Frente Sindical Classista organiza passeata em apoio à greve dos petroleiros

Não poderia ser melhor o primeiro dia de greve dos petroleiros do Litoral Paulista, nesta quarta-feira (30). Além da forte adesão de petroleiros próprios e diretos, os trabalhadores da Petrobrás na Baixada Santista ainda encontraram os caminhoneiros em greve, na área portuária de Santos; contaram com a solidariedade de outras categorias, estudantes e entidades para garantir os piquetes; e se somaram ao ato unificado, no centro de Santos, convocado pela Assojubs (Judiciário Estadual) para exigir a redução no preço dos combustíveis.

Uma injeção de ânimo fundamental, uma vez que - antes mesmo de ser deflagrada - a paralisação foi alvo de uma arbitrariedade: a liminar do TST que estipula multa diária de 500 mil por dia de greve. A decisão da Justiça, essa sim uma abusividade sobre nosso direito legítimo de lutar, atende aos interesses e necessidades não da população, mas sim de um governo corrupto a serviço do mercado internacional. Não por acaso, no lugar de medo ou paralisia, gerou ainda mais indignação e vontade de lutar entre os petroleiros.

Cabe ressaltarque, mesmo diante de toda a propaganda contra a Petrobrás e seus empregados, a maior parte da população segue sendo contra a venda de nossa empresa para estrangeiros. Em pesquisa divulgada pelo Datafolha, nesta quarta-feira (30), 74% dos entrevistados responderam que a empresa não deveria ser vendida para grupos estrangeiros em hipótese alguma.

Ou seja, mais do que legal, nossa greve expressa o sentimento de milhões de brasileiros. O mesmo ocorreu com a legítima greve dos caminhoneiros, que teve o mérito de colocar no centro do debate a insatisfação popular diante da disparada dos combustíveis, assim como do gás de cozinha.

O objetivo de nossa greve, ao exigir a imediata saída de Pedro Parente da presidência, é justamente dar o primeiro passo para que este patrimônio do país, hoje sob risco e dilapidado, seja resgatado para as mãos dos brasileiros. Homem de confiança de Temer, enquanto Pedro Parente estiver dando as cartas na empresa ela seguirá sendo sabotada para atender interesses externos. Enquanto Pedro Parente estiver a frente da Petrobras, os preços dos combustíveis não irão cair porque o seu objetivo é seguir fazendo do Brasil um mero exportador de óleo cru, importando a preços altos e oscilantes derivados de petróleo.

Raio-x da greve no Sindipetro-LP
Na RPBC e UTE Euzébio Rocha, em Cubatão, a adesão à greve foi muito forte. Os ônibus do turno chegaram praticamente vazios, concretizando 100% de adesão. Os trabalhadores do administrativo também cruzaram os braços e 80% do efetivo não entrou. Esses números se repetiram entre os petroleiros terceirizados, com quase 80% dos trabalhadores em greve.

No Terminal Alemoa da Transpetro, em Santos, a adesão foi de quase 100% entre próprios e terceirizados.  No Terminal de Pilões, em Cubatão, a greve teve a adesão de 100% do turno e terceirizados. No regime administrativo, 95% aderiram. No Edisa Valongo, em Santos, houve atraso de 2h30 na entrada dos petroleiros diretos e terceirizados.  Nas plataformas de Mexilhão, Merluza e P-66 não estão sendo emitidas Permissões de Trabalho (PT).

Litoral Norte
Na UTGCA, em Caraguatatuba, petroleiros que deveriam sair às 7h atrasaram a saída em duas horas e meia e ao longo do dia a unidade passou a operar sob o regime de “operação tartaruga”. No Tebar, em São Sebastião, os ônibus também chegaram vazios. Logo pela manhã, a operação foi entregue à contingência e houve adesão de 100% terceirizados e 90% dos trabalhadores do administrativo.

Sem a participação e apoio ativo dos mais variados ativistas a greve no Litoral Paulista não seria possível. Caminhoneiros, servidores de Santos e Cubatão, estudantes da Unifesp, metalúrgicos e trabalhadores da construção civil, bancários, trabalhadores da estiva, desempregados, professores de São Paulo, servidores do Judiciário Estadual e Federal, enfim, diversos lutadores dos mais variados segmentos atenderam ao nosso chamado e fortaleceram nossa luta.

Esta é a saída. A luta da classe trabalhadora, de maneira unificada, contra os ataques aos nossos direitos e à nossa soberania.

- Pela redução do preço dos combustíveis!
- Contra a privatização da Petrobrás!
- Contra a venda das refinarias!
- Contra o plano de equacionamento da Petros!
- Contra o fim da AMS para aposentados!
- Fora Parente!
- Por uma Petrobrás voltada aos interesses do povo brasileiro
- Viva a luta unificada dos trabalhadores!