Petroleiras estrangeiras fazendo a festa com o Pré-sal e arrematam blocos nas bacias de Santos e Campos

Crime lesa-pátria

Em meio a chuva que caia na manhã desta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, petroleiros resistiram e protestaram contra a mais uma rodada de leilões do petróleo, em que a Petrobrás conseguiu arrecadar cerca de R$ 3,15 bi, valor irrisório diante das reservas estimadas nos blocos arrematados.

Segundo informações, cerca de 16 empresas transnacionais se inscreveram para participar desse leilão, ávidas por essa riqueza quase doada. Por que tanto interesse?

Dos 5 blocos ofertados, 3 foram arrematados. Itaimbezinho, localizado na Bacia de Campos, o bloco menos valioso da rodada, foi o único que não teve nenhum interessado. Uirapuru foi disputado por 4 consórcios, Três Marias por 2 e Dois Irmãos recebeu apenas uma oferta, sendo arrematado pelo preço mínimo fixado pelo leilão.

Júlio Araújo, diretor da FNP/Sindipetro-SJC, explica o leilão:


A Petrobrás, como era de se esperar, atuou de forma secundária e foi superada por petroleiras estrangeiras em duas áreas em que tinha manifestado interesse em exercer direito de preferência.

Existe uma burrice maior do que entregar uma riqueza natural, que está no nosso território, para as empresas transnacionais a preço de banana “podre”?

Assim, os leilões representam uma perda imensurável ao país, o que poderia ser investido em educação para libertar finalmente todo o nosso povo da falta de escolas de qualidade em todos os níveis, com o investimento de bilhões por ano.

Além disso, durante o ato, curiosamente, representantes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), do Sindipetro-RJ, SOS Emprego, FIST entre outras entidades que estavam presentes foram reprimidos por mais de 50 representantes do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Em diversos momentos, tanto os petroleiros quanto a imprensa sindical foram intimidados pela polícia.

O leilão aconteceu no Hotel Grand Hyatt, localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Nenhum brasileiro pode se calar diante de tamanha entrega das nossas riquezas, que afronta a soberania nacional. Precisamos intensificar essa luta para impedir novas rodadas de leilão.

 “Hoje mais uma parte de nossa riqueza que se vai. Infelizmente, quando a população resolver fazer o levante, já não teremos mais nada para reivindicar. Então fica o alerta aos trabalhadores e a população sobre o que está acontecendo com as riquezas do Brasil” – disse Adaedson Costa, coordenador da FNP e do Sindipetro-LP, sobre a pouca presença de manifestantes no local para protestar contra mais um capítulo da entrega da soberania do Brasil.

Fonte: FNP