Puxados pelas mulheres, eleitores de todo o país se unem para mobilização no dia 29 contra Bolsonaro

Petroleiros também dizem #EleNão

O repúdio a Jair Bolsonaro vai tomar as ruas do Brasil neste sábado (29) e a categoria petroleira em todo o país está se organizando. Após protagonizar a forte campanha #EleNão na internet, a luta contra o discurso machista, homofóbico e racista de Jair Bolsonaro se espalha por todo o país e até por cidades do exterior.

Em Santos a manifestação convocada por participantes do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” acontece às 15h. A concentração será na Praça da Independência, no Gonzaga, e reunirá todas as mulheres que decidiram não se calar e enfrentar o crescimento da intolerância e os discursos de ódio propagados através da candidatura de Bolsonaro.

A categoria petroleira do Litoral Paulista não pode ficar fora dessa grande mobilização e deve se posicionar, pois Bolsonaro já deixou claro que vai privatizar não apenas a Petrobrás, mas grande parte das empresas estatais que hoje existem.

Estão programados mais de 100 atos em capitais e cidades do interior em ao menos 24 estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Pará. No exterior acontecerão protestos em cidades como Londres, Berlim, Paris e Sidney. Quem convocam os atos são as mulheres, mas todos os homens que repudiam a postura do candidato podem e devem participar.

O grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” já conta com quase 3 milhões de participantes no Facebook e tem um papel considerado importante nessa eleição, já que as mulheres são o grupo político que apresenta maior índice de rejeição ao candidato.

Declarações preconceituosas
As declarações e a postura de Bolsonaro e de seu candidato à vice-presidência, General Hamilton Mourão, mostram sua face preconceituosa e cheia de ódio que atinge não só as mulheres, mas também negros, quilombolas, indígenas, pobres e moradores de favelas.

Na semana passada, Mourão declarou que famílias formadas só com mãe e avó são “fábricas de desajustados”. Confrontado, tentou consertar a declaração explicando que se referia apenas “às famílias pobres”, causando ainda mais revolta. No Brasil, mais de 11,6 milhões de mulheres chefiam famílias. Em eventos anteriores Mourão já havia afirmado que o brasileiro “herdou a indolência do indígena e a malandragem do africano”, e que o Brasil ia parar de fazer acordos diplomáticos “com a mulambada” (países do hemisfério sul), mostrando que seu preconceito atinge todas as minorias.

Os discursos preconceituosos de Bolsonaro também são amplamente conhecidos pelo público. O candidato já afirmou “que ninguém gosta de homossexual, apenas suporta”, disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria “porque ela não merece”, além de declarar que “mulheres devem ganhar um salário menor porque engravidam”. Uma coleção de absurdos que reforça a necessidade de engrossar o movimento #EleNão.