Em dia histórico, ato pela educação reúne cerca de 10 mil pessoas em Santos

15 de Maio


O entusiasmo compartilhado ontem (15), no ato que reuniu cerca de 10 mil pessoas em Santos em defesa da educação, veio acompanhado de um consenso: sem dúvidas, foi a maior manifestação popular que a cidade já abrigou. Manifestações anteriores que marcaram a região, como as Jornadas de Junho de 2013 e o #EleNão durante o 1º turno das eleições de 2018, foram superadas.

O 15M, dia de Greve Nacional da Educação, motivou estudantes e trabalhadores a se deslocarem, em toda Baixada Santista, de suas casas, universidades, escolas e locais de trabalho para ocupar a Avenida Ana Costa por mais de três horas.

As atividades, que começaram logo pela manhã com paralisação de petroleiros em Cubatão, aula pública na Praça Mauá, em Santos, e ato do Judiciário Estadual, na escadaria do Fórum de Santos, foi coroado no final da noite com o protesto que, mesmo debaixo de chuva, não saiu das ruas. Estudantes do ensino médio, técnico e universitário, trabalhadores da Educação, professores da rede do ensino privado e público e trabalhadores das mais diversas categorias estiveram presentes.

A categoria petroleira marcou presença e levou para o ato a luta contra a privatização da Petrobrás e venda das refinarias. Até porque só com a garantia de uma Petrobrás voltada aos interesses nacionais, livre das garras do mercado internacional, teremos condições de utilizar os recursos da exploração do pré-sal para investimento em educação, de baratear o preço dos combustíveis e de garantir a soberania enérgica do país.

14 de Junho é Greve Geral
A mobilização não pode parar, a pressão deve seguir nas ruas e a próxima tarefa já está definida: construir a greve geral de 14 de Junho em todo país e em nossa região. Lutaremos em defesa da previdência pública, da educação, dos nossos direitos e do patrimônio nacional! E um segundo ato em defesa da educação, nacionalmente, já está sendo chamado: será no dia 30 de maio. Em Santos, acontecerá novamente na Ana Costa, mas com concentração às 16 horas, no CES (Centro de Estudantes de Santos).

De fato, só a mobilização será capaz de reverter os ataques à educação pública. No lugar do diálogo ou propostas concretas para evitar a destruição do nosso futuro, o presidente Jair Bolsonaro preferiu afirmou, em Dallas/Texas, nos EUA, que os protestos são feitos por imbecis e “idiotas úteis” usados como massa de manobra. Ou seja, Bolsonaro segue apostando na criminalização dos movimentos sociais e do direito democrático de se manifestar.

Bloqueios na educação
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado, o que prejudicou milhares de estudantes de baixa renda. Vários bandejões, como são chamados os restaurantes das universidades, onde comem os estudantes foram fechados.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.