FUP e FNP iniciam mobilizações unitárias em refinarias ameaçadas de privatização

Não estamos à venda

Por nenhum direito a menos e contra a privatização do parque de refino, FUP e FNP iniciaram nesta quarta-feira (10) um ciclo de mobilizações nas unidades da Petrobrás colocadas à venda pela direção entreguista da companhia.  

O protesto desta quarta (10) foi na Rnest (PE), onde estiveram presentes, representando o Sindipetro-LP/FNP, os diretores Fábio Mello e Fábio Farofa, e representando o Sindipetro-RJ/FNP, o diretor Vinicius Camargo. A FNP firmou o compromisso de participar das atividades realizadas pela FUP em suas bases ameaçadas de privatização. Mais do que demonstrar solidariedade, a intenção é fortalecer a construção de atividades unitárias e a campanha reivindicatória da categoria.

Por isso, representantes da FNP e do Sindipetro-LP também estarão presentes nos atos que acontecem neste mês de julho na Repar, em Araucária (PR), no dia 16; na Refap, em Canoas (RS), no dia 17; e na RLAM, em São Francisco do Conde (BA), no dia 19.



Desmonte da soberania nacional
Sem licitação, sem passar pelo Congresso Nacional, sem consultar o povo brasileiro, a Petrobrás oficializou no dia 28 de junho o início de um bilionário balcão de negócios com resultados trágicos ao país: metade do nosso parque de refino será vendido ao estrangeiro, o que terá como consequência o aumento do já elevado preço dos combustíveis e do gás de cozinha.

Nessa primeira fase, a direção da empresa oferece ao mercado quatro refinarias e todo o ramo de logística integrado às unidades, que envolve 1.506 quilômetros de dutos e 12 terminais para transporte e armazenamento de petróleo e derivados. São elas: RNEST em Pernambuco, RLAM na Bahia, REPAR no Paraná, e REFAP no Rio Grande do Sul. Juntas, representam 40% da capacidade nacional de refino.

A segunda fase, que compreende a privatização da REGAP, REMAN, SIX e LUBNOR e ativos logísticos correspondentes, ainda será anunciada esse ano. E se depender do presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, ao menos uma refinaria terá sua venda concluída em 2019. Se para os possíveis compradores trata-se de um negócio vantajoso, como a própria empresa reforça na divulgação aos investidores, para os brasileiros trata-se de um crime de lesa pátria ao facilitar a formação de monopólios privados regionais. Com isso, não é de se surpreender o aumento no preço dos combustíveis e do gás de cozinha.

Destruição da categoria a serviço da privatização
Engana-se quem pensa que nossa campanha reivindicatória não é parte fundamental da venda de ativos levada a cabo pela gestão da companhia. Pelo contrário, a pauta apresentada pela Petrobrás pavimenta a entrega da empresa para a privatização.

Uma campanha reivindicatória bem-sucedida será fundamental para barrar o projeto privatista de Bolsonaro sobre a Petrobrás. Afinal, sabemos que o desmonte da companhia envolve demissões, corte de direitos conquistados na luta e precarização das condições de trabalho. Essa é uma exigência do mercado para atrair “futuros investidores”. Se barramos esses ataques conquistamos uma importante vitória para barrar a venda das refinarias.

Só a mobilização nacional poderá arrancar da direção da empresa uma proposta justa e digna. Os “avanços” contidos na 2ª contraproposta são uma piada de mau gosto da atual gestão. Por isso, esperamos casa cheia no próximo dia 16, quando em Assembleia a categoria petroleira do Litoral Paulista irá votar a pauta apresentada pela companhia. Nenhum direito a menos!