Por unanimidade, petroleiros do Litoral Paulista rejeitam 2ª proposta da Petrobrás

Nenhum direito a menos!

A direção da Petrobrás apresentou uma 1ª proposta de acordo coletivo ultrajante, depois enrolou semanas para fazer uma nova oferta e, enfim, colocou na mesa o que considerou “avanços”. Não demorou pra categoria entender do que se tratava: uma piada de mau gosto.

O resultado não poderia ser outro: por unanimidade, em assembleia na noite desta terça-feira (16), os petroleiros do Litoral Paulista sacramentaram a rejeição da 2ª proposta da companhia. A votação, que ocorreu nos grupos de turno na tarde desta terça, nas plataformas, sede e subsede do Sindipetro-LP, no final do dia, teve um total de 365 votos pela rejeição, nenhum voto a favor e nenhuma abstenção.

Consciente do tamanho do ataque que a gestão Roberto Castello Branco tenta aplicar, mais uma vez a categoria sequer fez a leitura da última proposta apresentada. Afinal, os representantes da companhia seguem ignorando todas as reivindicações apresentadas conjuntamente pelas duas federações (FNP e FUP) que representam a categoria de norte a sul do país. Reivindicações que podem ser resumidas na palavra de ordem desta campanha: nenhum direito a menos.

O que queremos neste ACT
Se soma à exigência de manutenção do atual acordo coletivo, outros pleitos. Dentre eles, reposição da inflação e aumento real no salário base; garantia de emprego, com extinção e alteração das cláusulas (41 e 42, respectivamente) que abrem margem para dispensas sem justa causa; garantia de desconto das mensalidades dos associados no contracheque; medidas concretas contra assédio moral, sexual e punições; e criação de um Fundo Garantidor para os terceirizados contra os calotes.

Entretanto, ignorando o que a categoria exige, a empresa apresenta, dentre outros absurdos, reajuste de 1%, exclusão de 19 cláusulas do atual ACT, banco de horas para todos os regimes de trabalho e o fim do programa Jovem Universitário e da promoção por antiguidade de pleno para sênior dos cargos de nível médio do PCAC.

Próximos passos
No próximo dia 22 de julho, a direção da Federação Nacional dos Petroleiros irá se reunir para avaliar as assembleias realizadas em sua base, assim como compartilhar as primeiras elaborações sobre os próximos passos. Já no dia 23 realiza reunião com a Federação Única dos Petroleiros para traçar ações unitárias, tanto no âmbito da mobilização da categoria, quanto em relação ao posicionamento diante da direção da companhia.

Diante da rejeição massiva em todas as assembleias, não parece existir outra alternativa à gestão da empresa que não seja a apresentação de uma proposta decente. Caso contrário, a margem para a negociação ficará cada vez menor. Para Adaedson Costa, secretário-geral da FNP e coordenador-geral do Sindipetro-LP, “o que está em jogo não são apenas nossos salários, é a existência da própria categoria com a tentativa de privatização da empresa. Sem Petrobras não tem nem AMS e nem Petros. E diante da intransigência da direção, temos cada vez mais convicção de que assim como em 2015 só haverá avanço com greve. Devemos nos preparar para isso”.