Em nova manifestação, estudantes e trabalhadores ocuparão ruas de Santos nesta terça (13)

Atos em todo país

Na próxima terça-feira (13) a Estação Cidadania, em Santos, volta a ser palco de manifestação. Com as entidades estudantis à frente, mais uma vez a juventude universitária e secundarista da Baixada Santista se unifica aos professores e trabalhadores de outras categorias para protestar contra a agenda de retrocessos do governo Bolsonaro (PSL).

Com concentração a partir das 18 horas, o ato é parte de um calendário nacional articulado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) com as centrais sindicais e outras organizações. Por isso, o ato na região ocorrerá simultaneamente a protestos em diversas capitais e grandes cidades do país.

O ponto de partida do protesto será a denúncia aos cortes e ataques generalizados na educação, assim como as ameaças à autonomia universitária. Universidades e Institutos Federais estão entre os mais afetados, mas a educação básica também está sob risco. Um novo bloqueio no orçamento do MEC no valor de R$ 348 milhões, divulgado  no dia 7 de agosto, afetará a compra e a distribuição de centenas livros didáticos que atenderiam crianças do ensino fundamental de todo o país.

A pauta também envolve medidas que afetam o conjunto da população e da classe trabalhadora, como a reforma da previdência e as privatizações, com destaque para a venda de metade do parque de refino nacional, os leilões do petróleo e a ameaça de privatização dos Correios, Eletrobrás e bancos públicos. Recentemente, o governo já entregou à iniciativa privada a BR Distribuidora, abrindo mão de um dos setores econômicos mais lucrativos e estratégicos do país.

Organizações como a Frente Sindical Classista, que reúne sindicatos combativos da região, e o Fórum em Defesa das Aposentadorias, composto por ativistas e organizações que atuam na defesa da previdência pública, já confirmaram presença e serão parte da mobilização. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que tem considerado o 13 de agosto um dia de paralisação nacional do setor, 25 estados e o Distrito Federal já confirmaram atos.

Estudantes e classe trabalhadora numa luta só
Tem ficado cada vez mais evidente que as lutas dos estudantes e trabalhadores são parte de uma mesma batalha, pois se enfrentam diretamente com o pacote de austeridade e destruição da gestão Bolsonaro. E também se enfrentam com a criminalização das lutas. Nesta quinta-feira (8), a Justiça autorizou o uso da Força Nacional como "prevenção contra possíveis atos de vandalismo de estudantes”. Trata-se de mais uma medida que reforça a escalada autoritária do governo.

Com o ministro da economia Paulo Guedes à frente, o que se vê é a tentativa de destruir tudo o que é nacional e público. Seja a partir da venda das refinarias, seja com o projeto Futuro-se, que pretende abrir as universidades públicas à iniciativa privada, o governo quer entregar aos bancos e investidores estrangeiros setores estratégicos do país.

E cabe lembrar que para aprovar a destruição das aposentadorias o governo comprou o apoio de boa parte do Congresso Nacional. Só no 1º turno da votação foram liberados, via emendas parlamentares, mais de R$ 2 bilhões. Reportagem recente da Folha de S. Paulo demonstrou que dos R$ 3 bilhões que Bolsonaro pretende remanejar para pagar os vendilhões cerca de R$ 926 milhões virão do MEC. Eleitos pela Baixada Santista, Rosana Valle (PSB) e Júnior Bozzella (PSL) deram voto favorável à reforma. Por isso, também serão denunciados durante o ato.

Nos dias 15 e 30 de maio, assim como no dia 14 de junho, a Baixada Santista construiu atos unificados vitoriosos. Com a manutenção dos ataques, não há outra saída senão ocupar as ruas. O esforço de todos deve ser a construção da mobilização da próxima terça-feira.

Todas e todos às ruas, no dia 13 de agosto, contra as privatizações, os cortes na educação e a reforma da previdência!