Petroleiros do Litoral Paulista transformam sexta-feira (16) em dia de protestos

Nenhum direito a menos!

Unidades da Petrobrás no Litoral Paulista amanheceram de braços cruzados na manhã desta sexta-feira (16). Na Baixada Santista, os protestos aconteceram na RPBC e UTE Euzébio Rocha (UTE-EZR), em Cubatão, e no Terminal Transpetro Alemoa, em Santos, onde a mobilização envolveu petroleiros diretos e terceirizados com a presença da Comissão de Desempregados de Cubatão e sindicatos de Metalúrgicos e Construção Civil. No Litoral Norte, paralisações foram realizadas no Tebar, em São Sebastião, e na UTGCA, em Caraguatatuba.

As mobilizações acontecem nacionalmente e têm como principal pauta o desmonte do Sistema Petrobrás, que vem sendo imposto pelo governo Bolsonaro através da venda das refinarias e outros ativos estratégicos, entrega do pré-sal e retirada de direitos de toda a força de trabalho. Foi agendada para esta sexta-feira a apresentação de ofertas para a compra das quatro refinarias colocadas à venda pelo presidente Roberto Castello Branco. A entrega de metade do parque de refino nacional para o estrangeiro é parte do programa de destruição do patrimônio nacional do atual ministro da Economia, Paulo Guedes.

Além disso, a mobilização foi uma resposta às punições e assédio moral coletivo que a direção da Petrobrás vem praticando em diversas unidades para tentar aprovar na marra a terceira proposta de acordo coletivo. Exemplo emblemático desse clima de perseguição, segundo o Sindipetro-PA/AM/MA/AP a empresa puniu 8 supervisores de Urucu com a destituição do cargo e desimplantação do regime de trabalho. O "crime" cometido por eles? Exercer o direito do livre pensamento ao votar pela rejeição da proposta.

Não esquecer para não repetir: 35 anos do acidente de Enchova
Os atos também relembraram os 35 anos do acidente da plataforma de Enchova, onde 37 trabalhadores morreram vítimas de uma política perversa de sucateamento da empresa e suas instalações. Na UTGCA, foi feita a leitura do nome dos 37 trabalhadores mortos e um minuto de silêncio.

Em um momento de duros ataques, com a exclusão de mais de 90 normas regulamentadoras e aprovação da MP da Liberdade Econômica, que aprofunda os efeitos perversos da reforma trabalhista sobre a vida dos trabalhadores em nome do lucro, relembrar esta tragédia não se trata apenas de memória, mas de alerta: a política da atual gestão não é nova e já se demonstrou desastrosa para os trabalhadores.

Todas e todos à Assembleia do dia 20!
Diante da tentativa de repressão e punições arbitrárias da direção da Petrobrás sobre aqueles que ousam lutar e expressar seu pensamento, as manifestações desta sexta-feira (16) são mais uma demonstração de disposição de luta e resistência dos trabalhadores do Sistema Petrobrás. No próximo dia 20, dando continuidade à campanha reivindicatória, petroleiras e petroleiros do Litoral Paulista decidem os rumos do ACT em Assembleia na sede e subsede, com 1ª chamada às 17h30. É preciso que a categoria dê uma resposta contundente aos abusos do corpo gerencial da companhia. E isso se faz com a participação de todos e um "Não" sonoro à retirada de direitos. E se necessário for, trilharemos o caminho da greve nacional e unificada da categoria.

Ninguém solta a mão de ninguém!
Nenhum direito a menos!
Defender a Petrobrás e defender o Brasil!