Grito dos excluídos leva indignação do povo às ruas de São Vicente neste 7 de Setembro

Vida em Primeiro Lugar

Neste sábado, dia 7 de Setembro, trabalhadores e estudantes de todo o Brasil participam do Grito dos Excluídos - atividade realizada nacionalmente desde 1995 por setores progressistas da Igreja Católica e que reúne movimentos populares, políticos e sociais do país.  O Grito dos Excluído está em sua 25ª edição e neste ano traz o tema “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “Este sistema não vale: lutamos por justiça, direitos e liberdade”.

Na Baixada Santista, o evento que recebe o apoio do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, será realizado em São Vicente, com atividades a partir das 8h até às 17h. A concentração do ato será às 14h, na Rua Salvador, 30, no Jardim Irmã Dolores (antigo Quarentenário) de onde os participantes partirão em caminhada pelas ruas do bairro, com faixas e cartazes em defesa e manutenção dos Direitos Humanos, contra o desmatamento na Amazônia, o desemprego, pelo direito a aposentadoria e em defesa da Educação, dentre outras reivindicações.

Na contramão de uma atuação de fato nacionalista, o governo Bolsonaro tem sido marcado pela completa submissão aos interesses internacionais, sobretudo o norte-americano, sobre nossas riquezas e patrimônio nacional. Enquanto finge se preocupar com a Amazônia, sendo o ministro anti-meio ambiente e suas medidas co-responsáveis pelo desmatamento que atinge um dos biomas mais ricos do mundo, Bolsonaro entrega o pré-sal brasileiro, a Base de Alcântara e setores estratégicos da economia nacional às multinacionais. Desde 2016, após impeachment da presidente Dilma Rousseff, primeiro com Temer, e agora com Bolsonaro e Paulo Guedes, o objetivo é abrir o mercado brasileiro principalmente aos produtos americanos, com redução de impostos ou até mesmo com isenção total aos produtos importados, o que tem fechado postos de trabalho em todo o país.

Atualmente os EUA são responsáveis por mais de 80% do combustível consumido no Brasil, enquanto nossas refinarias reduzem a produção a 70% de sua capacidade para “promover” a concorrência, favorecendo a importação de derivados de petróleo. O resultado dessa política é o desemprego, que hoje atinge mais de 12 milhões de brasileiros. E as poucas vagas geradas no último ano são em sua ampla maioria (75%) de ocupações informais, nas quais a média de rendimento é de R$ 1.312.

Esta edição do Grito dos Excluídos surge para se contrapor à narrativa de liberdade e igualdade no Brasil, que o governo de Jair Bolsonaro insiste em afirmar, negando até mesmo a fome que atinge 2,5% da população, segundo dados da ONU referentes ao biênio 2016/2018.

Vamos vestir preto
O governo nega os fatos, se recusando a aceitar os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE ) e sobre o desemprego, com os índices apresentados pelo IBGE. Em defesa de suas teses, Jair Bolsonaro tem convocado seus apoiadores a vestirem verde e amarelo "em defesa da Amazônia".

Em resposta ao chamado do presidente, milhares de pessoas tem  compartilhado a hashtag #Dia7EuVouDePreto. A hashtag virou o assunto mais comentado no Twitter, inclusive com chamado da União Nacional dos Estudantes (UNE), convocando os estudantes: "#Dia7EuVouDePreto contra a retaliação do Bolsonaro, que quer calar os estudantes que lutam pela Educação. @jairbolsonaro deveria se preocupar com as universidades que estão fechando em detrimento dos cortes de verbas. Dia 7 estaremos nas ruas, de roupa preta e cara pintada". 

Por esses e outros motivos, o Sindipetro-LP convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras, companheiros que integram os diversos coletivos e organizações políticas da região, a se somar a esta iniciativa.

Seja vestindo preto ou outra cor, participe! Vamos resistir!

Veja aqui a programação
8h –
Café da manhã com a comunidade. Após o café, a programação do dia segue com mutirão de limpeza da lagoa e do mangue, com a participação de voluntários e do Instituto Ecofaxina. Também haverá várias atividades ecológicas para as crianças, desenvolvidas com o apoio do projeto Ecobrincar. Rodas de conversas reunirão mulheres para discutir sobre a violência doméstica e outros assuntos como as reformas previdenciária e trabalhista que afetam mulheres e o povo pobre e preto.

Haverá ainda outras intervenções culturais como slam (competição de poesia) e apresentações teatrais, até o meio-dia.

14h – Concentração para o ato

15h – Os participantes vão caminhar por diversas ruas da Comunidade Nossa Senhora da Esperança, com faixas e cartazes em defesa e manutenção dos Direitos Humanos e todos os que vêm sendo ameaçados pelo governo brasileiro.