Filhote da ditadura chilena, Guedes ataque petroleiros e a democracia

Em defesa do direito de greve!

Paulo Guedes, ministro da economia do governo Bolsonaro, declarou na última segunda-feira (25) que demitiria os petroleiros que realizaram greve se a Petrobrás fosse privada. Na mesma entrevista, concedida nos EUA, afirmou que não poderíamos nos surpreender com a defesa de um novo AI-5 se as mobilizações que sacodem a América Latina chegarem ao país.

As declarações revelam o caráter neofascista do queridinho do mercado e de setores conservadores que se julgam “civilizados”. Para quem imaginava que Guedes defendia apenas o “legado” ultraliberal da ditadura Pinochet, agora está evidente que a nostalgia e inspiração também se sustentam na violência do estado contra vozes dissidentes, violência que se materializou com perseguições políticas que resultaram em torturas, mortes e desaparecidos.

Justamente por compreender que no momento atual estamos diante de um governo autoritário, que não respeita o direito constitucional de greve, e de uma Justiça submissa aos interesses do mercado, a FNP defendeu que a melhor estratégia para a greve petroleira seria a sua deflagração sob o guarda-chuva do ACT. Através da campanha reivindicatória, poderíamos lutar em melhores condições por nenhum direito a menos, em defesa do emprego e contra a privatização.

Consideramos que este breve período já foi suficiente para demonstrar que esta era a melhor alternativa. Entretanto, em que pese as divergências sobre estratégias no movimento sindical petroleiro, cercamos os grevistas de solidariedade e repudiamos as ameaças inaceitáveis de Paulo Guedes à categoria. É o momento de toda a categoria e de todos os ativistas e lutadores repudiarem essa tentativa de intimidação do ministro da economia.

Após assassinar a previdência, Guedes quer destruir o país com a entrega do patrimônio nacional e com o que ainda resta de direitos sociais da classe trabalhadora. E sabe que ao aplicar este plano há grandes chances de despertar a reação do povo nas ruas. E para isso, precisará de força. Não por acaso, Bolsonaro já diz abertamente que defende o excludente de ilicitude para fornecer licença pra matar em possíveis manifestações contra as medidas do governo.

Estamos diante de um governo que comanda o país à margem da lei e da Constituição. E não apenas com declarações, mas com medidas concretas, vem promovendo um cerco cada vez maior às liberdades democráticas.

Para responder ao saudosismo de Guedes pela ditadura chilena devemos também olhar para o Chile. Mas em nosso caso, a inspiração está no seu povo, em sua capacidade de resistência, em sua disposição de dar fim à privatização da vida.

- Contra a censura e a repressão!
- Em defesa do direito greve!
- Defender a Petrobrás é defender o Brasil!