Petrobrás demitirá mais de mil trabalhadores com fechamento da Fafen-PR

Privatização

A Petrobrás divulgou, na manhã desta terça-feira (14), que irá realizar a hibernação da Fafen-PR - fábrica de fertilizantes localizada na cidade de Araucária, no Paraná. Com o fechamento da unidade, também confirmou que promoverá o desligamento dos empregados da planta. Com isso, mais de mil trabalhadores diretos e terceirizados devem ser demitidos.

A decisão, que ocorre após a venda da unidade para a empresa russa Acron Group fracassar, também deve gerar impactos negativos não só à força de trabalho, mas também para a economia do próprio município e do Estado. O Sindiquímica-PR denuncia que não houve qualquer negociação prévia, como exige o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria, e afirma ainda que a venda da unidade é um atentado à soberania nacional e alimentar do país.

A alegação da direção da Petrobrás seria o seu histórico de prejuízos, embora tenha informado apenas o registrado em 2019, que seria de R$ 250 milhões. "A entidade contesta ainda a necessidade de venda ou fechamento da empresa. Em entrevista para a Gazeta do Povo, o diretor do sindicato, Santiago da Silva Santos, lembrou que esse prejuízo é simplesmente contábil. “A Petrobrás deu R$ 15 bilhões de lucro no ano passado. Dentro do sistema Petrobras, ao longo dos anos, sempre teve empresa que deu mais prejuízos, que deu mais lucros. Ela faz esse equilíbrio", diz Santos. "O setor de fertilizantes tende, a longo prazo, retomar [os lucros]", aponta."

Chineses na Repar
Também nesta terça-feira (14), circularam por grupos de Whats App da categoria petroleira fotos da visita de investidores chineses à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), também em Araucária (PR). A visita de fato ocorreu, ontem (13), e foi recebida com protesto organizado pelo Sindipetro-PR/SC. A refinaria é uma das oito unidades de refino colocadas à venda pela empresa - decisão que segundo analistas deve aumentar ainda mais o preço da gasolina, diesel e gás de cozinha. Isso porque sem um parque de refino nacional robusto a importação de derivados deve ser ainda maior, encarecendo o valor desses produtos pro consumidor final.

Segundo o sindicato, a gestão da refinaria passou os últimos dias maquiando a unidade, fazendo reparos estéticos e colocando correntes de isolamento. “Tudo para criar uma narrativa pró privatização para os investidores chineses que pintaram na fábrica”. Diante dessa situação, o sindicato anunciou uma sequência de protestos em frente à Repar que seguirá até o dia 30.