RPBC descumpre decisão judicial e mantém trabalhadores há mais de 184 horas confinados

Cárcere privado

A greve dos petroleiros que já dura sete dias nas bases do Litoral Paulista, segue forte, com os trabalhadores resistindo aos assédios e ameaças de demissões  que constantemente chegam de todas as formas.

Enquanto do lado de fora a categoria está se mobilizando, promovendo atos unificados nas unidades, dentro da refinaria 12 trabalhadores permanecem em cárcere privado, alguns há mais de 180 horas, tendo suas substituições dificultadas pela gerência da refinaria, que não acata a determinação judicial conseguida pelo Sindipetro-LP.

Além do cansaço físico e riscos ocupacionais aumentados pela exposição excessiva a uma área insalubre, com altas concentrações de agentes cancerígenos permanentes no ar, os petroleiros estão sendo assediados com ameaças de demissão caso saiam da refinaria.

A empresa alega que a decisão judicial conquistada pelo sindicato contempla apenas o pessoal do Grupo 5, o que não é verdade, pois além da substituição de parte do efetivo por trabalhadores dos grupos 1, 2, 3 e 4, depois que alguns que estavam na refinaria passaram mal, o mandado estipula o cumprimento para os trabalhadores que ultrapassaram sua jornada de trabalho.

Após determinação do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, de que os petroleiros deveriam manter 90% do efetivo na ativa, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia descumprido, a diretoria tentou negociar com a empresa a redução da produção da refinaria, uma vez que o contingente está reduzido em 10%, o que foi negado pela gerência. A própria Petrobrás está desobedecendo a ordem do TST.

Na quinta-feira (13) um oficial de justiça esteve na RPBC para fazer valer o habeas corpus, sendo recebido por dirigentes sindicais de base, que insistiram para que o oficial fosse até a CCI verificar as condições dos trabalhadores. Embora o oficial não tenha ido até a CCI, ainda assim o mandado foi executado. Às 5h30 de sexta-feira (14), dos 45 que deveriam sair, a refinaria iniciou com a liberação do primeiro petroleiro.

Mesmo diante de tanta intransigência, a categoria permanece mobilizada. Parabenizamos todos os petroleiros e petroleiras que, mesmo diante da postura irresponsável da direção da empresa, permaneceram (doze ainda permanecem) dentro da unidade em sintonia com as orientações do sindicato, respeitando a decisão coletiva da categoria de permanecer em greve mesmo contra os abusos da gerência. 

A greve continua!