Maior greve petroleira desde 95 obriga Petrobrás a recuar em mediação no TST

Categoria sai fortalecida

Começamos por parabenizar a força e comprometimento da categoria petroleira de norte a sul do país nesses longos dias de greve. Graças ao compromisso com a luta em defesa da Petrobrás podemos comemorar os avanços obtidos na reunião de conciliação dos sindicatos de petroleiros e empresa, realizada nesta sexta-feira (21) e mediada pelo ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Sobre os 20 dias de greve, os trabalhadores terão metade dos dias descontados e a outra metade compensados com o banco de horas. A empresa irá devolver os valores a mais descontados, pagos em folha suplementar no dia 6 de março.

Ainda durante a reunião, os sindicatos receberam dezenas de denúncias de assédio de trabalhadores que participaram da greve e que ao retornarem ao trabalho foram notificados com advertências. Conforme acordo mediado pelo TST, a Petrobrás irá cancelar todas as advertências escritas, assim como se compromete que não haverá punições aos trabalhadores que participaram de forma pacífica na greve.

Tabela de turno, férias e contas dos sindicatos
O Sindipetro-LP irá assinar termo de que não há renúncia de direito no dia 27 de fevereiro, mantendo a Tabela de Turno da RPBC/UTE Euzébio Rocha, escolhida pela categoria desde o dia 05 de fevereiro.

Serão mantidas ou reajustadas as férias, de acordo com o que for combinado entre empregado e gerente.

As contas dos sindicatos serão desbloqueadas. O repasse das mensalidades dos trabalhadores da ativa aos sindicatos que foi confiscado ficará para pagamento de multa.

Outros pontos, como alteração do cartão de ponto e extensão das jornadas após interstício serão tratados em reunião no próximo dia 27 de fevereiro.

O acordo garantiu ainda tratar no dia 27 sobre a situação dos mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR). Como uma das principais bandeiras que motivou a greve, o futuro desses companheiros é peça chave da luta da categoria e precisa de uma resposta.

No geral, a categoria petroleira sai fortalecida desta que foi a maior greve desde 1995, com fôlego renovado para enfrentar as próximas lutas: Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2019 e acordo coletivo. O resultado favorável ao pleito dos trabalhadores fica de exemplo aos companheiros, que não participaram da greve, que ainda não se deram conta do quão longe a categoria unida pode chegar.

A força do movimento petroleiro prevaleceu diante de um governo que até aqui elegeu os trabalhadores, sindicatos e todas as vozes dissidentes como inimigos a serem exterminados.

Estamos mobilizados!