Petrobrás revê corte de produção de abril ao ver maior demanda por seus produtos

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A Petrobrás reviu o corte de produção previsto para abril após verificar uma demanda melhor do que a esperada por seus produtos, informou a petroleira, apesar do cenário mundial de contração de consumo devido ao novo coronavírus.

A companhia havia anunciado no último dia 7 um corte de produção de petróleo de cerca de 200 mil barris por dia (bpd), fixando um patamar de bombeamento de 2,07 milhões de bpd para abril, ante média de 2,394 milhões de bpd registrada no último trimestre de 2019.

"Com a evolução da demanda por nossos produtos se mostrando melhor do que o esperado, optamos pelo retorno gradual para um patamar de produção média de óleo de 2,26 milhões de bpd em abril acompanhado de aumento do fator de utilização da capacidade do refino", disse a empresa, em seu boletim trimestral de produção.

A decisão ocorre enquanto a petroleira tem se beneficiado de vendas de combustível naval ("bunker") e óleo combustível, após novas regras do mercado internacional exigirem menores percentuais de enxofre, o que pode ser obtido com menor custo pela empresa com o petróleo do pré-sal.

A produção de óleo combustível, principalmente das correntes de bunker e óleo combustível de baixo teor de enxofre, atingiu a média de 295 mil bpd no primeiro trimestre, alta de 18,5% em relação à produção do quarto trimestre.

Em fevereiro, a empresa bateu o recorde de exportação de óleos combustíveis, alcançando a marca de 238 mil bpd, majoritariamente destinados ao mercado asiático.

"Embora haja queda na demanda global, o diferencial competitivo dos nossos produtos, a retomada gradual da China, forte parceiro comercial, e a constante busca por novos mercados para nossos produtos, trazem a expectativa de que continuaremos tendo uma boa performance em nossas exportações", afirmou.

A petroleira destacou ainda que, a partir de abril, com a queda da demanda no mercado interno, a empresa tem direcionado esforços para exportação de petróleo e derivados. Para isso, a empresa está trabalhando em ações logísticas que possibilitem a expansão da capacidade de exportação.

A empresa reiterou ainda que, como resultado das ações de prevenção ao coronavírus nas plataformas, optou por rever o cronograma de paradas para manutenção previstas para o segundo trimestre, postergando-as para o segundo semestre.

A estatal ainda comentou que, apesar dessas postergações decorrentes do Covid-19, manteve a previsão de impacto negativo dessas paradas em 200 mil barris por dia na produção do ano.

Primeiro Trimestre

A produção total de petróleo, LGN e gás natural da Petrobras somou 2,909 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no primeiro trimestre, alta de 14,6% ante o mesmo período do ano passado, com impacto da entrada em operação de sete novas plataformas entre 2018 e 2019, nos importantes campos de Búzios, Lula e Berbigão/Sururu (P-68).

Fonte: Época