Plataforma de Mexilhão entra para a estatística e contabiliza o 1º caso de Covid-19 confirmado

Denúncia

No último dia 1º de maio o Sindipetro-LP recebeu denúncia de um trabalhador, da Plataforma de Mexilhão, contaminado pelo Covid-19 e casos suspeitos que ainda aguardam confirmação. Além disso, chegou ao nosso conhecimento também que trabalhadores dos FPSO’s afretados também estão desembarcando para serem testados.

A empresa começou a realizar teste tardiamente, no dia 20 de abril, no pré-embarque, no Aeroporto de Jacarepaguá, sendo que a pandemia já mostrava seus efeitos no país desde 26 de fevereiro. O que pode desencadear uma explosão de casos como esses em outras plataformas assim como ocorreram na plataforma FPSO, que fica na Bacia de Campos, e a Cidade de Santos ou como nas empresas de exploração e produção de petróleo  (E&P)  que já conta com mais de 400 trabalhadores que testaram positivo.

Em Mexilhão, o caso que temos confirmado para coronavírus é de um trabalhador terceirizado que esteve embarcado por mais de 21 dias. O petroleiro assim que desembarcou começou se sentir mal e apresentar sintomas de gripe. Diante do quadro, procurou atendimento médico vindo a realizar o teste e atestou a doença. O que não sabemos dizer é se a contaminação teria ocorrido a bordo tendo em vista o período prolongado que o trabalhador esteve na plataforma. A rádio peão da conta de que essa possibilidade é dada como certa já que o local é propício para propagação da doença.

A plataforma também apresenta casos suspeitos com trabalhadores cumprindo quarentena em um hotel no Rio de Janeiro aonde aguardam os resultados de teste cujos resultados devem ser apresentados nos próximos dias. Dentre esses petroleiros um dele apresenta sintomas da doença inclusive com quadro de febre. Essa situação tem deixado os trabalhadores a bordo bem preocupados e inseguros uma vez que não há testes na unidade e a possibilidade de o vírus estar presente no ambiente da plataforma é bem real. “Subimos bem, mas não sabemos se estaremos bem ao retornar para casa”, tem sido o lema dos embarcados.

“Podemos estar assintomáticos e passar para familiares depois de desembarcarmos. A empresa ignora para nós depois que saímos daqui. Fizemos a nossa parte, cumprimos a determinação da empresa de ficar em casa antes do embarque, mas depois?”, questionou um petroleiro que pediu anonimato com medo de represálias.

Para piorar a situação, que já é péssima, muitos têm denunciado que ao procurar ajuda médica, são testados como se estivessem apenas gripados e voltam a trabalhar normalmente ou ficam de “observação”. Outros trabalhadores não procuram ajuda com medo de perder o emprego, nem falam que estão com sintomas e assim podem contaminar os outros, se estiverem doentes. Como não existem testes a bordo e por terem que conviver com pessoas possivelmente contaminadas, os embarcados estão ficando ficam com a saúde mental abalada.

O Sindipetro-LP tem cobrado a gerência de SMS (saúde) e gestão de pessoas (antigo RH) da UNBS através de ofícios, soluções para as denúncias que chegam, tanto de ações para evitar a propagação dessa pandemia nas unidades offshore, cuidados com a manutenção da saúde de todos os trabalhadores, quanto o tratamento de frequência, porém a empresa prefere atuar sozinha, ignorando as demandas da força de trabalho e a pandemia que assola o mundo. Tal atitude só demonstra que os gestores da Petrobrás não estão preocupados com os trabalhadores, mas em enxugar a máquina administrativa nem que seja à custa de ceifar vidas.

 A diretoria do Sindipetro exige que a categoria petroleira seja tratada com respeito e que a Petrobrás realize testes, não só nos embarques, mas a bordo e nos desembarques de todos os trabalhadores.