Petrobrás sobre o ACT
No evento de exposição da diretoria da Petrobrás sobre o ACT, realizado na manhã desta quarta (09/09), o que se viu foi um festival de distorções, ameaças, chantagens e propagação de medo.
Informaram, por exemplo, que a Resolução 23, que teve seus efeitos suspensos por ação da FNP há mais de um ano, "seguiria em vigor" (sic)!
Amedrontaram novamente com a ameaça de que "serão obrigados a retroagir para a CLT" para quem não assinar o ACT. Mesma conversa para gado dormir do ano passado, quando o sindicalismo impediu essa manobra por meio de liminar, garantindo que mesmo após o término da vigência anterior, todos os direitos fossem mantidos.
Mas o mais escandaloso mesmo não esteve exatamente no que foi dito. Mas o que se optou por não dizer. Das 10 perguntas mais curtidas pela plateia, apenas 1 foi respondida! Essa falta de transparência consciente tem suas razões, e elas não são nada republicanas.
Perguntas constrangedoras geram "respostas" que não explicam. Deixariam a nu as más intenções de precarização das nossas condições de trabalho e pavimentação do caminho da privatização.
Mas o fato é que elas continuam vivas, gritando, aguardando uma resposta. E para que não as deixemos morrer, resgatamos as 10 mais curtidas sem resposta, na ordem, para desafiar se a gestão terá um mínimo de dignidade e coragem para responder. Tomamos a liberdade de acrescentar uma pergunta extra, ao final.
1) "O Banco do Brasil, que também busca aumentar sua competitividade no mercado, fez renovação do ACT com validade de dois anos, reajuste de 1,5% e abono de R$ 2 mil em 2020, mais ganho real de 0,5% (acima da inflação) em 2021. Porque os petroleiros da PETROBRAS, regida pela mesma SEST, não podem também receber uma proposta como essa, premiando seu alto desempenho e conquistas dos últimos tempos?" (719 curtidas)
2) "A proposta apresentada traz para a AMS a intenção de que o percentual de custeio do empregado passe de 30% para 50% até 2022. Isso significaria um acréscimo de 66%. No entanto, pelas tabelas de Grande Risco e indicador de reajuste da proposta, há aumentos de até 1000% para as faixas etárias maiores e as de menor renda. A média de acréscimo é de mais de 250%. No meu caso, considerando somente os custos de Grande Risco descontados mensalmente em folha, se hoje dá por volta de R$ 3 mil por ano, pela proposta saltaria para cerca de R$ 11 mil. E nem estou considerando os custos de coparticipação. Como foi feito esse cálculo?" (556 curtidas)
3) "Considerando o reajuste abaixo da inflação no ano passado e a proposta atual de nenhum reajuste nesse ano, na prática estamos tendo perda salarial, correto? Por outro lado, temos recebido muitos elogios por nossa capacidade de nos adaptar às mudanças. Por que não temos pelo menos um reajuste que não gere perda salarial, já que os resultados apresentados pela diretoria são considerados positivos?" (439 curtidas)
4) "A Petrobrás vai reavaliar o avanço de nível que foi cancelado? O trabalho foi desempenhado em 2019." (357 curtidas)
5) "Conheço pessoas que estão em estado muito ruim de saúde mental devido à iminência de terem que se mudar para o Rio, com queda acentuada de qualidade de vida. Porque a Petrobras não oferece home office 100% para estas pessoas, ou com ida ao Rio apenas 1 vez a cada 15 dias ou algo assim?" (334 curtidas)
6) "Ficaremos mais 12 meses sem reajuste e teremos nesse período um pesado aumento nos custos da AMS, o dólar alto vai continuar pressionando a inflação até chegar 09/21, já sentimos aumento de preços em diversos itens de alimentação, então não é justo que a empresa não ofereça nada, por mais irrisório que possa parecer, ou um abono que compensasse um pouco deste impacto que teremos em nossa receita. A AMS, no meu caso que tenho 3 dependentes, vai triplicar o valor atualmente pago." (320 curtidas)
7) "Porque a Petrobrás está aumentando o valor do pagamento para AMS, na tabela de grande risco em 425%? Por exemplo: Faixa MSB até 26, idade maior que 59 anos ou mais, proposta Petrobras R$ 516,23. Valor atual: R$ 158,84. Um empregado com 3 dependentes terá um aumento muito significativo nesta despesa." (258 curtidas)
8) "No modelo proposto anteriormente não era possível, ou no mínimo seria oneroso para o empregado, residir em local distante da sua base, uma vez que deveria obrigatoriamente comparecer ao escritório 2x/semana. Em 6 meses de teletrabalho já foi verificado que é possível trabalharmos de qualquer lugar do mundo. Esse posicionamento de comparecimento ao escritório 2x/semana será revisto?" (255 curtidas)
9) "Primeiro, bom dia! Parabenizo a todos por esta iniciativa e espaço semanal. Queria entender porque a Caixa Econômica Federal, mesmo sendo uma Estatal como a Petrobrás, não alterou , não mexeu na AMS dos funcionários e manteve o fator 70X30?" (254 curtidas)
10) "Concordo que todos devem dar a sua cota de contribuição. No entanto, parece não haver um equilíbrio entre a força de trabalho da empresa. No início da pandemia, a empresa decidiu de forma unilateral reduzir a jornada e a remuneração de todos os empregados. No entanto, para aqueles que tinham função haveria apenas uma retenção temporária e o valor seria ressarcido posteriormente. Em relação à alta administração, foi aprovado neste ano um aumento expressivo da remuneração variável. Tendo em vista esse cenário, é possível considerar que todos na empresa estão dando a sua cota de contribuição? Por que aumentar os custos da AMS no momento atual? Por que a empresa insiste na resolução da CGPAR visto que a mesma está suspensa por conta de uma liminar?" (238 curtidas)
11) [Pergunta bônus] Por que o Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da Michelle Bolsonaro?
Fonte: FNP