RPBC e Comau provocam aglomeração em ônibus e salas, expondo trabalhadores ao coronavírus

Dois estão internados

A gerência da RPBC tem mantido 14 petroleiros, dentre próprios e terceirizados, na sala dos técnicos (MA/ED), mesmo após a confirmação de dois casos positivos da covid-19. Ambos, um trabalhador próprio e outro terceirizado, seguem internados devido à evolução da doença.

Nos dois casos está clara a responsabilidade da empresa no contágio dos trabalhadores. Isso porque, além de dividirem a mesma sala na refinaria com outros 12 trabalhadores, ambos foram expostos ao vírus pela falta de controle tanto da Petrobrás, que mantém salas, consultórios e refeitórios lotados, quanto da empresa Comau, na qual o petroleiro terceirizado trabalha, que tem sujeitado seus contratados a pegarem um ônibus de 34 lugares completamente ocupado, sem o devido distanciamento necessário para evitar a proliferação da doença.

Depois de 19 mortes no Sistema Petrobrás pela covid-19, era de se esperar que a empresa cumprisse à risca os protocolos de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, apesar de fazer testagens periódicas e aferir a temperatura dos funcionários próprios na entrada dos turnos, o mesmo cuidado não está sendo feito com os trabalhadores terceirizados. Na realidade, o que se vê na RPBC é um completo descaso à saúde dos trabalhadores e qualquer medida tomada não passa de mera burocracia.

Prova disso tem sido visto na sala dos testes rápidos realizados na RPBC. Com apenas três técnicos de enfermagem para realizar os testes e uma pessoa na recepção para fazer as fichas dos empregados, a espera passa de uma hora. Com lotação extrapolando o limite, falta banco para esperar sentado, pois todos os disponíveis ficam ocupados, sem distanciamento de segurança, fora as pessoas que ficam no fundo da sala, aguardando em pé até serem chamadas.

O absurdo é tanto, que algumas pessoas desistem de esperar e entram para trabalhar sem realizar o teste. Segundo relatos, até brigas já aconteceram devido a demora e lotação do espaço.

Restaurantes lotados – Sindicato exige reabertura do K-9
Outra situação de aglomeração constante na RPBC acontece diariamente no restaurante do Centro Administrativo da RPBC. Com o aumento de trabalhos na refinaria devido à parada de manutenção da UGAV, somado os contratados permanentes e os trabalhadores essenciais da RPBC, todos os dias mais de mil trabalhadores são expostos ao risco de contaminação pelo coronavírus.

O sindicato recebeu a denúncia e constatou a aglomeração indevida e solicitou providências para a RPBC, como a reabertura imediata do restaurante K-9. A medida é urgente já que há novas paradas programadas no Coque, UFCC, UTN, entre outras que tornam urgente a reabertura para que não ocorra mais as aglomerações.

Não é possível saber qual a porta de entrada do vírus na refinaria, uma vez que tanto as empresas terceirizadas quanto a Petrobrás não estão sendo rígidas no controle da doença.

Independente de onde venha, o coronavírus encontrou terreno fértil na refinaria para se espalhar.

Importante ressaltar que dentro do Sistema Petrobrás, a RPBC é a única unidade em São Paulo que registrou mortes de trabalhadores por covid-19, com três óbitos.

O Sindipetro-LP orienta que todos os trabalhadores que sentirem os sintomas da covid-19 fiquem em casa e comuniquem a empresa pelo canal disponibilizado pela Petrobrás, o Disque Covid.