Gestão da RPBC/UTE-EZR aproveita a pandemia para retomar turno de 12h e clima de revolta se instala entre a força de trabalho

Novos ataques

Os gestores da Petrobrás não cansam de usar a pandemia para promover ataques à força de trabalho e assim reduzir custos operacionais.  Na última terça-feira (24) surgiram informações de que a empresa tinha revertido, via judicial, a liminar que garantia o turno de 8 horas e assim retomaria o turno de 12h.

A notícia causou preocupação e até mesmo revolta já que os trabalhadores sabem que haverá um número excessivo de dobras porque não há efetivo suficiente para manter o quadro. Além disso, muitos são obrigados a trabalhar nos dias de folga para poupar os colegas de enfrentar turnos de até 48h. A redução do quadro se deu por conta da antecipação do PIDV, pelos afastamentos dos petroleiros e petroleiras que são grupo de risco e por contaminados por Covid-19. E mesmo assim querem implantar 12h. Um tremendo absurdo!

A decisão foi pautada como medida de combate ao coronavírus. Trata-se, evidentemente, de uma ação insuficiente para preservar a saúde da categoria petroleira. O entendimento da nossa diretoria é de que a medida é fruto de má gestão e pouca vontade em tratar a situação do efetivo com seriedade. Desde o início da pandemia a alta cúpula da Petrobrás se recusa a combater efetivamente a propagação da doença. Haja vista que até o momento 19 vidas foram ceifadas graças à política negacionista e omissa de Roberto Castello Branco.

Para ilustrar a preocupação com a simples mudança de escala de trabalho, como obriga a empresa, lembramos que terá como consequência ao trabalhador a exposição a agentes nocivos e possível contaminação por mais 4 horas. Vale dizer ainda que a exaustão gerada pela atividade laboral prolongada diminui a imunidade e até mesmo o estado de atenção, facilitando uma possível contaminação.

Diante desse quadro aterrador os dirigentes do Sindicato se reuniram com o corpo jurídico para tentar achar um meio de barrar essa decisão descabida e feita de forma unilateral, já que os trabalhadores não foram ouvidos. A tutela de urgência foi expedida pelo mesmo desembargador que reverteu a liminar de efetivo mínimo do Plano de OM. Afora isso, a decisão foi baseada em um relatório médico feita por uma enfermeira e médico do trabalho da própria Petrobrás, ou seja, um documento feito pela “raposa que toma conta do galinheiro”.  

O Sindipetro vem cobrando soluções concretas para o efetivo da RPBC e não apenas ajustes paliativos que só prejudicam a força de trabalho. Na manhã desta sexta-feira (27) os representantes do Sindicato irão se reunir com a gerência da refinaria para cobrar a questão das dobras trabalho excessivas que são claras demonstrações de trabalho análogo à escravidão e cárcere privado. O Sindipetro-LP também está em contato com o Ministério Publico do Trabalho (MPT) e estará irá se reunir nesta sexta para tratar das horas extras e dobras excessivas.

Na próxima segunda-feira (30), o Sindicato começa a promover conversas com todos os grupos de turno da unidade para que em conjunto com os trabalhadores montem uma estratégia para defender os direitos da categoria.