Petrobrás nega realocar petroleiros de Merluza para outras plataformas: sindicato pede reunião com RH para reavaliação

Expertise à deriva

A Petrobrás tentou por duas vezes vender a plataforma de Merluza, mas sem sucesso, optou por começar um processo de hibernação, que deverá causar a transferência  de diversos trabalhadores para o Refino. Essas transferências  poderiam ser facilmente resolvidas internamente se houvesse boa vontade da gestão no comando da empresa uma vez que há vagas em outras plataformas da BS, mas o que se tirou da reunião com gerentes da UO-BS na última quinta-feira (26) é que, por motivos que a categoria desconhece, os trabalhadores de Merluza estão sendo sumariamente dispensados e toda sua expertise no sistema offshore será dispensada com eles. Isso porque o principal pleito dos trabalhadores, a realocação de toda a equipe para plataformas presentes na Bacia de Santos, está sendo negado a eles. 

O discurso das gerências da UO-BS no início da reunião, que demonstrava uma falsa preocupação com os trabalhadores, dizendo que o foco seria as necessidades das pessoas e que entrariam em contato com cada um dos trabalhadores para escutá-los pessoalmente, não se sustentou diante da insistência dos petroleiros para que toda equipe fosse para vagas disponíveis em outras plataformas.

De acordo com a responsável pelas transferências, apenas cinco vagas na UO-BS serão disponibilizadas para os trabalhadores de Merluza, sendo uma para engenheiro, uma para ADM, uma para o MED e duas offshore, somente para manutenção. Os demais trabalhadores deverão ser direcionados para o Refino, o que implica na realocação de suas famílias e mudança total da rotina que vivem há anos.

Segundo a UO-BS, os trabalhadores de Merluza não poderão procurar vagas por fora, podendo apenas escolher as vagas no Refino que o RH mapeou. Isso, porque segundo a gerência, as vagas nas plataformas são particulares e que o momento há carência no Refino. 

O sentimento da categoria é de desalento, uma vez que é sabido que existem vagas nas plataformas e que a pequena, mas competente equipe de Merluza, poderia ser facilmente absorvida por apenas uma plataforma, quem dirá por tantas dentro da Bacia de Santos.

No entanto, a UO-BS tem disponibilizado as vagas nas plataformas a colegas de outras UN's , que fizeram cursos a toque de caixa, abrindo mão da experiência dos trabalhadores de Merluza que possuem todos os cursos normativos. 

Diante da recusa da empresa em realocar os petroleiros no regime offshore, o Sindipetro-LP solicitou reunião com o RH Corporativo, apelando para a cláusula 42 do ACT dos petroleiros, onde está firmado o compromisso de comunicação com antecedência as entidades sindicais em caso de mobilização de empregados.A diretoria do Sindipetro-LP também irá promover uma reunião entre os trabalhadores da plataforma e com os advogados do nosso Departamento Jurídico para  discutir ações para garantir a manutenção dos direitos de todos.

Basta de perdas!