Pela 1ª vez, Petrobrás terceiriza produção em suas plataformas

Um passo da privatização

Pela primeira vez na história, a Petrobrás vai terceirizar a produção nas suas próprias plataformas de petróleo. O processo de contratação  já foi iniciado.

O modelo de terceirização da empresa deve ser implantado, inicialmente, nas plataformas P-62 e P-48.

O anúncio foi feito durante uma reunião com os gerentes gerais no último sábado (6/2), onde foi apresentado o "Estudo de Mercado" e foi dito que seriam oferecidas oportunidades de recolocação dos funcionários que já atuam nas plataformas, de acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro.

O sindicato já se se posicionou contra o movimento, apontando que este é um primeiro passo para a "total privatização da empresa brasileira".

A empresa vem acelerando seu projeto de enxugamento nos últimos meses. Nesta terça-feira (9/2), ela anunciou ter concluído a venda das suas ações na BSBios, dona de usinas de biodiesel em Passo Fundo, no estado do Rio Grande do Sul, e Marialva, no Paraná. O valor da transação foi de R$ 322 milhões. 

Ainda nesta semana, a Petrobrás também concluiu as negociações para vender sua refinaria baiana Landulpho Alves (RLAM).

A empresa Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, que atua no Brasil desde 2011, ofereceu US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 8,9 bilhões) pelo parque de refino e seus ativos logísticos. A assinatura do contrato, no entanto, está sujeita à aprovação pelos órgãos fiscalizadores.

A venda das refinarias da Petrobras tem sido um dos focos da companhia durante o governo de Jair Bolsonaro.

Em abril de 2020, a estratégia de criar subsidiárias da Petrobras, transferir refinarias para elas e, depois, privatizá-las, virou motivo de briga entre governo federal e Congresso.

As Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados encaminharam um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte intervenha na criação e venda de subsidiárias de empresas estatais.

A prática foi apontada como uma espécie de manobra para privatizar partes das companhias sem a participação do Legislativo. Em 2018, após ser eleito, Bolsonaro já havia declarado que a Petrobras pode ser privatizada em parte.

Já no começo do mês, a empresa anunciou que a Eneva venceu a disputa pelo Polo Urucu, na Bacia do Solimões, no Amazonas, após ter feito uma oferta de quase US$ 600 milhões.

Recentes discussões sobre a possível interferência do governo no preço dos combustíveis, por sua vez, levaram a consecutivas quedas no preço das ações. Nos últimos cinco dias, as ações PETR3 já caíram quase 10% na Bolsa.

Fonte: Monitor do Mercado