Petroleiros do LP aprovam mobilizações e estado de greve e se somam ao ato nacional dos servidores públicos no dia 24

Ato por vacinas e auxílio emergencial

As bases do Sindipetro-LP concluíram as assembleias e setoriais de suas unidades operacionais. A maioria dos petroleiros aprovaram assembleia permanente e estado de greve, contra as privatizações, em favor de maior segurança na pandemia e contra os ataques aos direitos da categoria petroleira, além de pautas específicas de cada base.

Como primeira mobilização, as bases do LP participam no dia 24 de março do ato nacional, juntamente com as categorias do serviço público do país, centrais sindicais e movimentos populares, contra o governo Bolsonaro. O ato terá como principal pauta os pedidos de lockdown nacional, auxílio emergencial no valor de R$ 600 e a aceleração da vacinação.

Durante as assembleias e conversas com os petroleiros a diretoria chamou a atenção da categoria, pedindo para que fiquem atentos as movimentações em favor da privatização da Petrobrás. A fala remete a notícia divulgada pelos jornais O Globo e Valor Econômico, quando, durante entrevista com os presidentes da câmara, Arthur Lira e do senado, Rodrigo Pacheco, ambos disseram ser favoráveis a modelos de venda de qualquer empresa pública, se referindo especificamente a Petrobrás.

Com dois aliados declarados de Bolsonaro pautando assuntos de interesse do governo, que se queixa de as privatizações não terem deslanchado, é preciso estarmos atentos para não sermos pegos de surpresa.

Nas assembleias a categoria entendeu que é preciso unificar o maior número possível de pessoas em mobilizações e até mesmo por uma greve nacional, frente ao desmonte de refinarias, como a que está sendo feita na Rlam, na Bahia.

Além das privatizações, o combate ao coronavírus entrou na pauta devido ao descaso da empresa com a vida dos trabalhares petroleiros próprios e terceirizados. O problema é medido pela ineficiência do controle da pandemia do coronavírus nas unidades operacionais, que apesar do lockdown decretado por estados e municípios, mantém as paradas de manutenção, com grande número de trabalhadores confinados, desrespeitando o distanciamento e gerando aglomeração na espera dos ônibus, durante as refeições e nas testagens do coronavírus. A categoria entende ainda que a ausência de informações sobre empregados acometidos de covid-19 dificulta ações antecipadas de precaução contra a disseminação do vírus.

Além do estado de greve, assembleia permanente e problemas relacionados ao combate ao coronavírus, foram definidas pautas específicas, das quais elencamos algumas:

Na Alemoa, os trabalhadores aprovaram encaminhar ofício para gestão do terminal para que a empresa defina o quadro mínimo de operadores do terminal;

No Tebar, os petroleiros se levantaram contra a redução de efetivo que tem colocado a planta, os trabalhadores e a comunidade em risco grave iminente; contra as transferências arbitrárias de empregados da Petrobrás cedidos à Transpetro; contra a ausência de manutenção preventiva e preditiva dos equipamentos, que recebem apenas manutenção corretiva insuficiente, colocando a planta, as pessoas e a comunidade em risco; contra a flexibilização sistemática de emissão de permissão de trabalho, afrouxando essa ferramenta de segurança, com validades estendidas dos cursos, áreas liberadas em demasia, alterações constantes nos padrões de segurança, como a exclusão de tetos de tanque como espaços confinados; contra os problemas no sistema de incêndio de terminal que não possuem bombas de água acionadas automaticamente, além de as linhas de incêndio não terem pressão requerida e preenchidas com água salgada do mar; contra a inadequação dos móveis de trabalho já envelhecidos, como cadeiras quebradas, que prejudicam a ergonomia dos trabalhadores, dentre outros problemas.

Na RPBC foram pautados os problemas das dobras excessivas, resultantes da falta de efetivo, que foram inclusive comprovadas pelo Ministério Público do Trabalho, que esteve na refinaria e verificou as denúncias do sindicato e trabalhadores; diminuição do quadro mínimo, sem nenhuma automação que justifique; redução do efetivo do laboratório, afetado pelas saídas pelo PIDV, assim como da inspeção de segurança; atrasos na saída do transporte de mais de 30 minutos, além dos 30 previstos pela CLTa; e falta de testagem adequada para controle da pandemia.

A UTGCA levantou três pautas: reposição do efetivo de operação; definição do que é manutenção de primeiro nível para os operadores; condições sanitárias e enfrentamento ao covid-19.

Nas plataformas, as pautas aprovadas respeito à representatividade sindical; pagamento de hospedagem do transporte em cursos no Rio de Janeiro; pagamento de HE da troca turno; contra o efetivo operacional abaixo do mínimo, o que tem deixado postos sem cobertura; cobrança da cartilha de frequência da UN-BS e contra punições aos grevistas de 2020.

A partir de agora, nas bases do Litoral Paulista, a qualquer momento, a categoria está preparada para se unir com os demais sindipetros para grandes mobilizações e greve em defesa da vida, dos empregos e da Petrobrás!