Novas contaminações acendem alerta para novo surto de Covid-19 na plataforma de Mexilhão

Saúde em risco

No início desta semana o Sindipetro-LP recebeu denúncia de que existem cerca de 15 trabalhadores com suspeita de contaminação por Covid-19 na plataforma de Mexilhão. Os trabalhadores fizeram exames e ainda aguardam confirmação, mas desembarcaram por estarem sintomáticos.

A situação está tão ruim que uma equipe médica subiu a bordo para realizar testagem na força de trabalho. O problema não é novidade na plataforma já que o primeiro caso confirmado aconteceu no mês de abril do ano passado e em janeiro deste ano a unidade entrou em lockdwn.

A falta de acompanhamento de medidas de precaução ao coronavírus nos petroleiros terceirizados e a falta de rigor na testagem dos que embarcam nas plataformas são alguns dos motivos que fazem os casos de coronavírus aumentarem em todo sistema Petrobrás. Tudo isso abre brechas que resultam, de forma mais acentuada nas plataformas, com surtos da doença entre os trabalhadores. Durante a fase mais crítica da pandemia no país a Petrobrás iniciou uma parada de manutenção na plataforma o que certamente iria desencadear em um novo surto já que o POB da unidade aumenta.

Prova disso, é que na manhã desta quinta-feira (25) mais um voo foi para Mexilhão sem ter o resultado de quantos petroleiros estão contaminados dentro da unidade. Um tremendo disparate porque a doença pode ser disseminada para esses trabalhadores. A empresa sempre peca pela omissão e até o momento não notificou o Sindicato. O Sindipetro enviou através de ofício alguns questionamentos, conforme listado abaixo, para poder mapear a raiz do problema e tentar reverter o quadro.

1) qual a data aproximada do 1° caso suspeito pela empresa desses trabalhadores que precisaram desembarcar e, qual o dia que ocorreu o teste nos trabalhadores a bordo?

2) Quando a empresa pretendia comunicar para o sindicato, o afastamento do trabalho desses empregados que desembarcaram?

3) Quando serão realizados novos exames nos trabalhadores que continuaram na plataforma e que embarcaram pós exame já realizado para garantir que não foram testados antes do período de incubação do vírus e que não ocorram novos casos?

Os dirigentes do Sindicato solicitam que a força de trabalho denuncie os casos positivos dentro das plataformas para que medidas efetivas e urgentes possam ser tomadas. Se o primeiro caso fosse mapeado prontamente a situação poderia ter sido revertida e quem está embarcando hoje poderia estar mais seguro.

O Sindipetro-LP tem cobrado a gerência de SMS (saúde) e gestão de pessoas da UN-BS através de ofícios, soluções para as denúncias que chegam, tanto de ações para evitar a propagação dessa pandemia nas unidades offshore, cuidados com a manutenção da saúde de todos os trabalhadores, quanto o tratamento de frequência, porém a empresa prefere atuar sozinha, ignorando as demandas da força de trabalho e a pandemia que assola o mundo. Tal atitude só demonstra que os gestores da Petrobrás não estão preocupados com os trabalhadores, mas em enxugar a máquina administrativa nem que seja à custa de ceifar vidas.