Conduta de empresa terceirizada de segurança patrimonial acende sinal de alerta no Sistema Petrobrás

Inconcebível

A atuação das empresas terceirizadas no Sistema Petrobrás tem se tornado inconcebível diante dos prejuízos que vêm acarretando à força de trabalho em pleno ano de 2021. A Diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista vem denunciando sistematicamente o problema, mas parece que a cada dia a coisa piora.   

A empresa Mérito, que atua na área de segurança patrimonial há menos de dois anos no Sistema Petrobrás, já acumula um dos maiores e mais expressivos índices de reclamações e denúncias dos últimos dez anos.  De acordo com a força de trabalho, a “gata” foi eleita como a pior empresa de segurança que já entrou no Sistema Petrobrás até hoje. A lista para chegar ao topo do ranking vai de descaso, indiferença, má gestão, até prejuízos aos terceirizados. Diante desse rol de arbitrariedades é completamente incompreensível entender como ainda estão operando na empresa e suas subsidiárias. 

A alta cúpula da Petrobrás sabe que para operar um determinado segmento ( segurança, SMS, manutenção etc ) a terceirizada que venceu a licitação precisa propor um valor aceitável  para honrar com todos os seus compromissos durante o contrato, mas a realidade é bem diferente. Os gestores, e os mais variados  grupos de trabalho, continuam aceitando empresas que vencem as licitações com valores rebaixados só para terem a Petrobrás como vitrine para seus negócios sem se importar em ter garantias contratuais e garantir a dignidade  dos trabalhadores.

Vamos ser mais claros?  Vamos?
A grande pergunta que fica é: como que uma empresa com menos de dois anos “de casa” e cheia de irregularidades ainda está operando nas plantas da companhia? A Mérito atrasa os salários, não paga e/ou atrasa o VA/VR e o vale transporte, os depósitos de INSS que não constam no sistema oficial, não entrega de uniformes, promove perseguições e assédio. Além disso, faz o repasse do salário com valor inferior, não paga hora extra trabalhada na folga e marca férias iniciando em dias de folga.  

Para se ter ideia do quão grave é a situação, os vigilantes estão tendo que tirar do próprio bolso o dinheiro para pegar o ônibus já que a empresa vem atrasando os depósitos do vale transporte.  O famoso “pagam para trabalhar” e se alimentam como podem já que não recebem o vale refeição nos dias estipulados.   Como se não bastasse, a força de trabalho denunciou que até o convênio médico para consultas e atendimentos de urgência e emergência estavam indisponíveis e não atendiam na rede hospitalar sequer do domicílio de estabelecimento do local da prestação de trabalho. 

É inaceitável essa situação.  A empresas da região que trabalham com a “gata” também estão sendo assoladas pelas mesmas denúncias e reclamações.  O que é preciso mais para que os gestores da alta cúpula tomem uma atitude diante de tantos absurdos?   Um convite?  Um jantar?  Ou estão esperando  acontecer uma tragédia a exemplo da situação que no dia 16 de abril  na Fundação Casa de Mongaguá,  envolvendo a mesma empresa, onde o vigilante, após “atraso de pagamento salarial” acabou surtando e fazendo refém uma funcionária da instituição.   É isso que eles estão esperando?  É com descaso e atraso salarial que a Petrobrás vai permitir que a empresa terceirizada maltrate o trabalhador honesto que acorda 4 da manhã para chegar em casa, muitas vezes, às 20 h? 

O Sindipetro-LP fez diversos contatos com gestores de contrato nas mais variadas bases e todos informaram que sanções contratuais vêm sendo aplicadas a cada descumprimento da empresa, mas até o momento não possuem autorização para rescindir o contrato.   O Sindipetro exige que a alta cúpula da Petrobrás responda porque então a Mérito Segurança, com todo esse histórico negativo e de prejuízo à força de trabalho, acabou de conseguir mais um contrato de segurança nas plataformas da Petrobrás?   Só pode ser brincadeira, não é?   Alertamos sobre as responsabilidades das ações e omissões em relação ao que vem ocorrendo. 

O Sindipetro-LP se solidariza com os petroleiros terceirizados da segurança nesse momento difícil e desgastante que estão passando. A categoria petroleira não irá aceitar que empresas acabem com a dignidade dos trabalhadores dentro do Sistema Petrobrás.  É importante a união da força de trabalho para barrarmos os mandos e desmandos de empresas como a Mérito. O histórico de lutas do Sindipetro-LP já demonstrou importantes vitórias foram arrancadas graças a unidade da classe trabalhadora que conseguiu manter direitos e barrar retrocessos e que ela é essencial para manter a representatividade frente aos gestores.  Recado está dado!  Juntos somos mais fortes!