Gerente tenta impor redução de quadro no píer, mesmo que isso implique em colocar a segurança do terminal em risco

Alemoa

O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista vem acompanhando de perto as tentativas da gerência do terminal da Alemoa, em Santos, em reduzir o quadro de operadores na área do píer.

Atualmente, o local conta com três operadores: um na mesa, outro na área industrial para atender dois píeres de navios (um píer de uso exclusivo da Petrobrás e outro compartilhado com companhias de graneis líquidos) e um trabalhador para operação de dois píeres de barcaças. 

A alteração de quadro, liderada pelo gerente de operações, consiste em manter apenas dois operadores. Isso significa que um único operador ficará encarregado de atender tanto os píeres de navios, quanto os píeres de barcaça. A atitude parece contrariar a determinação do Gerente Geral que afirmou, em reunião com a diretoria do Sindipetro, que manteria três operadores. Além disso, contraria a Norma 2671 da Petrobrás que especifica um operador dedicado ao carregamento de barcaças. O item 5.4.15 dessa norma estabelece que “o operador do terminal designado para acompanhar a operação deve permanecer no píer durante todo o carregamento”.

O terminal tem um operador a menos por conta de outro absurdo orquestrado pelo gerente de operações que retirou um posto de trabalho da sala de controle. Se ele conseguir implantar mais essa arbitrariedade serão dois brigadistas a menos na unidade. Um tremendo absurdo já que o Terminal da Alemoa recentemente foi reclassificado pela NR-20 como sendo terminal de Grau 3 em função do  alto volume de inflamáveis armazenados. Isso é querer literalmente ver “o circo pegar fogo”!

Essa alteração, que já acontece na maioria dos grupos do terminal, afeta não só a eficiência das operações - gerando demora nas liberações inicial/final das barcaças - como compromete a segurança operacional. Vale destacar que unidade carece de automação e que vem operando com equipamentos antigos. Além disso, teve seu quadro de manutenção reduzido de maneira significativa.

Para justificar a diminuição do quadro, a Gerência Operacional, juntamente com a Coordenação Técnica Operacional, alterou de forma considerável o procedimento de Rotinas da Unidade (PE-5TP-00353-L), mudando atribuições de operadores, Giaont’s e colaboradores do laboratório. Nesse procedimento, válido desde 27 de novembro de 2020, há uma mudança, dentre várias, bastante significativa: a realização de amostragem de navios e barcaças, que antes era realizada pelo operador, fica transferida para o auxiliar de laboratório. As modificações não foram repassadas para força de trabalho e tampouco para os supervisores. Dessa forma, a operação continua realizando a amostragem, apesar de a maioria dos grupos estar trabalhando com apenas dois operadores no píer. A falta de divulgação dessas significativas mudanças de atribuições deixa a impressão de que própria Gerência Operacional da Alemoa não quer implantar as mudanças que ela mesma alterou no procedimento. 

Um outro fato que precisa ser revisto é a nova atribuição de programação do bunker que antes era realizada no horário administrativo e por pessoal específico. Com a chegada de novos operadores, que vieram transferidos de outras funções, através do PCR, a programação de bunker deverá ser realizada no turno o que acaba sobrecarregando ainda mais a operação.

Todo esse imbróglio, orquestrado pela gerência da unidade, nos leva a crer que tem por objetivo  metas puramente pessoais. O gestor deve estar em “busca do famoso pote de ouro da meritocracia” imposta pela atual gestão bolsonarista do Sistema Petrobrás e deixada como herança por Cláudio da Costa. O lucro acima da vida virou lema do alto escalão da empresa e da gestão das unidades, como é o caso da Alemoa. Para esse pessoal não existem procedimentos e nem zelo pela segurança das instalações e das comunidades circunvizinhas das unidades do Sistema Petrobrás. Todos sabemos que a brigada de incêndio é uma determinação normativa prevista em lei e é composta pelos operadores do Terminal, mas atualmente está sob a rédea do aspirante a gerente do Terminal de Alemoa. O Sindipetro-LP, através da sua diretoria, não quer um acidente ampliado como o que ocorreu na Ultracargo por conta de anseios pessoais gerenciais. Não iremos permitir que essa história se repita!

As vidas da força de trabalho, o meio ambiente e a reputação da Transpetro estão acima de tais interesses. Não vamos tolerar a redução de posto de trabalho!