Trabalhador terceirizado cai do teto de tanque no Terminal Almirante Barroso (Tebar)

Teve lesões na face, nariz e braço

A Diretoria do Sindipetro-LP denunciou no ato realizado nesta quinta-feira (19/08), no Terminal Santos (Alemoa), a perigosa política de precarização do trabalho promovida pela nova empresa terceirizada de segurança que assumiu os terminais da Transpetro abrangidos pela base do Litoral Paulista. 

Infelizmente, os alertas dos trabalhadores da área de segurança, com décadas de experiência, sobre as sucessivas demissões, que podem impactar diretamente na segurança dos terminais, não foi suficiente. Durante o ato recebemos a informação de que na quarta-feira (18/08), um trabalhador terceirizado caiu do teto de um tanque no terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião. De acordo com a Transpetro, o empregado teve lesões na face, nariz e braço e foi imediatamente levado ao posto médico do terminal para avaliação, e posteriormente encaminhado à UPA para exames, enquanto as atividades foram imediatamente paralisadas. O Sindipetro-LP irá ao local do acidente para averiguar e também aguardará comunicado oficial da empresa para participar da Comissão de Investigação.

Não é de hoje que o Sindipetro-LP vem alertando sistematicamente sobre o risco da troca dos efetivos experientes, não sabemos se é o caso do trabalhador que caiu do tanque ontem, pois ainda vamos averiguar, mas já é sabido que a Petrobrás vem de forma inconsequente e abrupta substituindo os terceirizados para diminuir custos e despesas, e em alguns casos com tom de represália. No fim das contas os prejuízos acabam sendo incontáveis, pois assim como em uma refinaria, terminais aquaviários e terrestres possuem peculiaridades que necessitam de expertise no segmento, como, por exemplo, qualificações, treinamentos e vivência em área industrial.

Além disso tudo, tem a questão da quantidade de treinamento que já foi investida nos trabalhadores que foram dispensados. O tempo que seria gasto para conseguir o mesmo nível de qualificação seria enorme já que existe um serviço diferenciado para trabalhar em plantas como as do Litoral Norte, Alemoa e Pilões.

Na segurança patrimonial a situação está tão séria que ninguém vem passando ileso da sanha da chefia da empresa. As próprias lideranças estão sendo demitidas com seus vigilantes, somando absurdas perdas profissionais à Transpetro, cujo valor é inestimável. Atualmente a contratada conta com quatro grupos de petroleiros terceirizados que atuam na área de segurança. A empresa, de forma imprudente, demitiu e já notificou que vai desligar metade das lideranças, sendo que algumas delas conta com cerca de 20 anos de atuação no Sistema Petrobrás.   

Nessa seara, é importante lembrar os gestores que o Sistema Petrobrás sempre primou pelo inventário do conhecimento. Como é possível treinar pessoas a se tornarem ícones de excelência em atendimento e em segurança em área portuária por décadas, e da noite para o dia, uma empresa terceirizada a seu bel prazer vem e quebra abruptamente o elo de parceira firmado entre Transpetro e os trabalhadores?  

É importante deixar claro que todo e qualquer problema que acontecer dentro dos terminais, tanto no aspecto da segurança patrimonial da força de trabalho quanto da planta e da comunidade no entorno, é de total responsabilidade dos gestores da Transpetro e de mais ninguém!

Fonte: Sindipetro-LP
Por Vanessa Ramos - FNP