A mídia nacional divulgou na última terça-feira (15/06) que o presidente Lula sancionou o reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Como se não bastasse o teor nagativo das matérias, que alertavam de forma tendenciosa o risco de cortes substanciais no orçamento da União, a imprensa brasileira informou o veto ao fim do fator previdenciário com naturalidade espantosa.
No Jornal Nacional, por exemplo, William Bonner foi o responsável por noticiar o veto num espaço de 15 segundos. "Além de sancionar o reajuste, o presidente Lula vetou o fim do fator previdenciário. O fator previdenciário foi criado em 1999 para estimular o trabalhador brasileiro a adiar a aposentadoria". Já no site do Jornal da Globo, matéria sobre o tema afirma que "o estrago poderia ser bem maior" e na sequência completa. "O presidente vetou o fim do fator previdenciário, que reduz o valor do benefício de quem se aposenta mais cedo. Desde que foi criado, em 1999, o redutor diminuiu a despesa em quase R$ 20 bilhões, de acordo com o Ministério da Previdência".
O que a imprensa não esclareceu é que tal redução é financiada através da precarização de milhões de aposentados e pensionistas brasileiros. Esse mecanismo chega a diminuir a aposentadoria em até 40%, transformando-se numa máquina de empobrecimento da população.
A aprovação do reajuste deve ser comemorada. No entanto, não devemos esquecer que essa vitória ocorre em pleno ano eleitoral e só foi conquistada após muita pressão dos movimentos sociais.