Em Pilões, Sindicato reforça repúdio aos R$ 90 mi

Na última quarta-feira (04/08), o Sindipetro-LP atrasou a entrada dos petroleiros lotados no Terminal de Pilões, em Cubatão. Mais uma vez, o motivo da manifestação foi o escândalo dos R$ 90 milhões, gratificação dada pela Diretoria Executiva da Petrobrás para aproximadamente 9.500 empregados - entre gerentes, consultores, coordenadores e supervisores.

Muitos desses cargos são de ex-sindicalistas ligados à fup, que simplesmente debandaram para o outro lado em troca de salários de até R$ 40 mil mensais.

Para se ter uma idéia do absurdo desta gratificação, metade do valor dado a uma meia dúzia de privilegiados seria mais do que suficiente para dar a todos os petroleiros do Sistema Petrobrás uma remuneração mais justa. Na promoção de avanço de nível, por exemplo, mesmo que a empresa desse duas letras (na vertical) aos 76.759 empregados não seriam gastos mais do que R$ 38 milhões. Enquanto isso, somos obrigados a ouvir que não é possível dar letra a todos.

Com este novo fato, está muito claro que sobra verba e que a suposta escassez de recursos não passa de um pretexto sujo da empresa para continuar estimulando o clima de competição entre os empregados. Sem salários compatíveis com a grandeza da Petrobrás, são forçados a disputar entre si as migalhas da enorme riqueza que produzem.

"Hoje, podemos afirmar sem nenhum exagero que somos os mendigos do setor petrolífero mundial", afirmou o coordenador do Sindicato, Ademir Gomes Parrela. E completou. "A empresa está tentando criar capitães do mato pra derrubar nosso movimento na campanha salarial. Mas a categoria é uma só e todos, sem exceção, são cargos de confiança. Todos nós temos funções estratégicas nesta companhia".