A quem interessa a Privatização? Na luta por uma Petrobrás 100% Estatal!

A Interbras, criada em 1976, era responsável por promover as exportações brasileiras apoiando-se na estrutura montada pela Petrobrás para a importação de petróleo.Tratava-se de um setor bastante importante nas transações de comércio exterior da empresa. Os anos passaram, a Interbras entrou no Plano Nacional de Desestatização e foi liquidada logo nos primeiros meses do governo neoliberal e entreguista de Collor.

Desde esta época a atividade de despacho aduaneiro, importação de petróleo e derivados (GLP, nafta etc.), exportação de gasolina, importação de equipamentos para as unidades de produção, passaram por diversas transformações no interior do Sistema Petrobrás. Atualmente, pelo menos três ramos da empresa desenvolvem estas atividades ligadas ao comércio exterior: Abast, por exemplo, realiza importações por meio do escritório localizado no Edise (RJ); Compartilhado realiza importação e exportação por meio do escritório de Serviços Portuários, em Santos (SP) e Postos Avançados; o E&Pserv também realiza atividades de despacho aduaneiro, tendo na UO-BS (em Santos), por exemplo, um setor de importação de equipamentos.

Ou seja, há muito serviço de comercio exterior e despacho aduaneiro, mas reféns da fragmentação do Sistema Petrobrás. Esta situação tem empurrado a atividade de importação e exportação dentro da Petrobrás para uma atividade meio, considerada como serviço, passível, inclusive de ser transferida para a iniciativa privada via terceirização.

Desde já, manifestamos radical posição contrária a qualquer tentativa de terceirizar a atividade de despacho aduaneiro e comercio exterior já existente na empresa, principalmente em um momento em que as descobertas do pré-sal irão colocar a Petrobrás num outro patamar no cenário internacional. Fortalecer todos os ramos da empresa, primeirizar as atividades, é fundamental para evitar a entrega dos serviços à iniciativa privada.

Até 2014 serão investidos US$ 33 bilhões para desenvolver o pólo da área do pré-sal e, em breve, a Petrobrás se tornará em uma grande exportadora de derivados. Seria um grande crime não fortalecer a atividade de comercio exterior e despacho aduaneiro da empresa.

Por tudo isso, defendemos: a primerização, valorização e especialização da atividade de comércio exterior e despacho aduaneiro dentro da empresa, a criação de uma gerência específica ligada à atividade fim e a criação do cargo de Técnico de Logística e Comercio Exterior para que seja feita a reclassificação de todos os técnicos que no país inteiro trabalham nesta área.

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) já enviou ofício ao presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, ao diretor de Exploração e Petróleo, Guilherme Estrella, e ao diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, solicitando reunião de urgência para cobrar esclarecimentos sobre este tema. Terceirizar esta atividade estratégica é dar sequência ao processo de privatização da Petrobrás, iniciado no governo FHC e aprofundado nesses oito anos de Governo Lula.