Em ofício, Petrobrás mantém postura intransigente e se nega a apresentar nova proposta de PLR

Em resposta ao ofício enviado pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e Sindipetro-RJ (leia na íntegra), informando a ampla rejeição da 2ª proposta da empresa e exigindo a continuidade das negociações, a Petrobrás manteve o discurso de que a proposta apresentada no dia 14 de julho "é definitiva e que representa o máximo esforço da Companhia" (leia ofício da empresa).

A empresa segue apostando na desmobilização da categoria para impor uma proposta insatisfatória, que não contempla os anseios dos trabalhadores. A categoria não irá se dobrar às estratégias da empresa . A unidade e força das mobilizações encampadas pelos petroleiros é que irão determinar qual será a última proposta. Para a categoria, não há dúvida: ainda é muito pouco e exigimos nova rodada de negociações, com o pagamento imediato de uma PLR Máxima e Igual para Todos!

Empenho?

Dito de outra forma, o funcionário trabalha 1 mês para si e 10 meses de graça para a empresa.

Ainda segundo a empresa, esta proposta "traduz" seu empenho em atender os pleitos dos Sindicatos. No entanto, está claro que não há empenho nenhum da empresa. O único empenho demonstrado até o momento é de enrolar a categoria, chamando os sindicatos à mesa de negociação sem propostas concretas e agora se negando a apresentar um valor de fato compatível com a riqueza gerada pelos trabalhadores.

Enquanto gratifica os diretores executivos com R$ 400 mil cada - entre bônus e PLR, a companhia segue tentando empurrar uma PLR muito abaixo do que é garantido por lei. Ou seja, 25% do que é distribuído aos acionistas. Além disso, se nega a garantir que não haverá a repetição da traição cometida no ano passado, quando "na calada da noite" liberou R$ 90 milhões para os cargos de confiança.

O petroleiro trabalha 1 mês para si e 10 meses de graça para a empresa

É isso o que mostra o balanço da Petrobrás, publicado pela Revista Exame Maiores e Melhores de julho de 2011. De acordo com levantamento da revista, cada trabalhador da Petrobrás gerou uma riqueza de US$ 1.351.000,00 no ano de 2010, rendendo ao mês US$ 122.812,00 dólares ou US$ 767,61 dólares por hora.

De acordo com esses dados, o custo deste trabalhador para a empresa neste mesmo ano foi de US$ 121.994,66 de encargos e salários, isto é, US$ 9.345,00 dólares por mês entre encargos e salários ou US$ 58,00 dólares por hora. Considerando uma jornada de 40 horas semanais em 12 horas de trabalho, isto é, um dia e meio de trabalho, o empregado paga seu salário mensal (com encargos e tudo). Dito de outra forma, o petroleiro trabalha 1 mês para si e 10 meses de graça para a empresa.

Essas informações fizeram parte da palestra ministrada pelo economista e jornalista do ILAESE (Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos), Alessandro Iturbe, durante o Congresso Estadual da FNP, realizado no último sábado (23/07), em Santos.