Petrobrás anuncia medidas importantes. Que o próximo passo seja rever as vendas de ativos estratégicos

Por Rosangela Buzanelli é a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás

A semana começou com várias notícias positivas sobre a Petrobrás, o que nos traz mais otimismo em relação às mudanças de rumo da companhia. A decisão da nova gestão da empresa de rever os acordos firmados com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é mais que acertada, é imprescindível! Na semana passada falei sobre a necessidade de reavaliação desses termos (TCCs), que foram assinados em 2019, no governo Bolsonaro, pelo então presidente da Petrobrás Roberto Castello Branco, criando assim um álibi aparentemente perfeito para a entrega ao mercado privado de oito refinarias e quatro ativos de gás natural. Reafirmo que esses acordos precisam ser revistos com urgência!

E esse parece ser o plano. A direção da Petrobrás, inclusive, já anunciou que fará investimentos na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. A unidade, que tinha sido incluída na lista de desinvestimentos da Petrobrás pelo governo passado, não será mais privatizada e terá suas operações ampliadas. Uma grande notícia!

E tem mais! A Petrobrás quer voltar a investir em petroquímica e estuda alterar o escopo do Polo Gaslub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ). Inicialmente projetado para ter uma unidade de refino e um complexo petroquímico, o empreendimento foi transformado em uma unidade inacabada de processamento de gás e produção de lubrificantes (Gaslub).

Outra informação interessante divulgada pela imprensa é que a companhia também pretende retomar a marca BR, já que tem a intenção de voltar a atuar na distribuição de combustíveis. Em 2021, o governo Bolsonaro concluiu a venda da Distribuidora e a marca foi arrendada por 10 anos para a Vibra Energia. Hoje, a BR continua estampando mais de 8,2 mil postos em todo o país, sendo a líder de mercado.

A venda da BR Distribuidora foi mais uma decisão indefensável e lesiva à Petrobrás, ao Estado e ao povo brasileiro. Liderávamos o sétimo mercado consumidor de combustíveis do planeta. Entre as 20 maiores petrolíferas do mundo, apenas a do Iraque, arrasado pela guerra, não possuía uma distribuidora, todas as demais tinham e ainda têm a sua. Mas não bastou vender a preços questionáveis, ainda cederam a marca Petrobrás por pelo menos uma década!

Para além de suspender as negociações, cujos contratos não foram assinados, é fundamental rever as vendas indefensáveis de ativos da estatal, a exemplo da privatização da BR, das distribuidoras de gás TAG e NTS, de refinarias e dezenas de campos de petróleo, para resgatar e reconstruir nossa Petrobrás para o Brasil.

Estou alerta e pronta para essa importante missão.