Um petroleiro lotado na U-30 da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) encontra-se internado no Hospital Aliança e os médicos confirmam a ocorrência de leucemia devido à exposição aguda ao benzeno.
Recentemente, outro lotado na Estação de Compressores de Miranga /UO-BA, foi submetido ao coma induzido após apresentar quadro de leucemia aguda, encontrando-se internado em UTI. Os casos engrossam a lista de trabalhadores incapacitados ou mortos devido à exposição aguda a benzeno.
Na U-30, os trabalhadores são submetidos a percentual médio de 4% de benzeno. O médico da RLAM, Roberto Góes, esteve na manhã desta segunda (12) no Hospital Aliança e juntamente com o médico Luiz Catto conversaram sobre o caso do petroleiro internado.
Nesta quarta (14), segundo Góes, chegam do Rio de Janeiro dois médicos especialistas em benzeno da Petrobrás para avaliarem o diagnóstico já confirmado de leucemia mielóide ocupacional. Na próxima quinta (15), a direção reúne a assessoria médica e jurídica para avaliar a questão.
Vidas que se apagamValdemir Santos foi exposto ao percentual médio de 4% de benzeno na U-30 RLAM, desenvolveu tumor no cérebro e há dois anos veio a óbito ainda jovem. O caso não teve a CAT emitida e a Petrobrás sequer reconheceu a exposição a benzeno como causa da doença que o levou à morte.
Paulo Santiago era lotado na U-30/RLAM, e teve problemas na medula. Seu caso inicialmente foi registrado sem a emissão de CAT. Submetido a transplante, veio a ser aposentado por invalidez e hoje vive com restrições de locomoção e uma gama de outros problemas. Para ter seus direitos assegurados está recorrendo à justiça.
Esses e outros casos foram denunciados por trabalhadores da Bahia durante a reunião da Comissão Nacional Permanente de Benzeno, em Porto Alegre, na última semana. Durante a reunião, a bancada de trabalhadores reafirmou a bandeira de luta encampada pela Federação Nacional dos Petroleiros: os trabalhadores não irão colocar em discussão qualquer documento que imponha limite de tolerância ao Benzeno.
Clique aqui e leia o documento da Petrobrás no qual ela tenta modificar a legislação nacional sobre o benzeno, inserindo o conceito quantitativo no lugar do qualitativo para avaliar casos de exposição ocupacional ao Benzeno.
Com informações do BAHIA TODO DIA
Edição: Assessoria Federação Nacional dos Petroleiros