Espoliação de direitos básicos
No Brasil, o impeachment foi desferido para aprofundar um conjunto de ataques neoliberais sobre a classe trabalhadora e o povo pobre. O governo ilegítimo de Temer não está poupando esforços para aumentar a espoliação de direitos básicos. Em relação às mulheres, essas medidas são especialmente nefastas.
A destruição do que resta da Previdência, com a imposição de que os trabalhadores morram sem nem mesmo se aposentar, é para manter impune os milhões em dívidas dos empresários milionários. Essa “reforma” tem consequências ainda mais graves para as mulheres, pois propõe o fim da aposentadoria especial para a categoria docente – majoritariamente feminina – e ainda igualar a idade de aposentadoria de homens e mulheres. Ora, a idade de aposentadoria menor para as mulheres é um direito fundamentado no fato comprovado de que as mulheres trabalham mais do que os homens. Em trabalhos precários e em casa, onde não têm aposentadoria.
Mas a Reforma da Previdência não é o único ataque aos direitos das mulheres e da classe trabalhadora. A reforma do ensino médio e a PEC 55 – que impõe um teto de gastos públicos para os próximos 20 anos, precarizando ainda mais a saúde e educação – ambas já aprovadas, terão importante impacto não só na qualidade da formação nas escolas públicas, mas nas condições de trabalho e direitos das professoras e profissionais de saúde, categorias em que as mulheres são maioria. Além disso, a reforma trabalhista, também na pauta do congresso, pode autorizar que se generalize a terceirização, o que significa salários ainda menores – não podemos esquecer que a maioria do trabalho terceirizado é feito por mulheres e pela população negra.
Ou seja, mais do que nunca, é preciso reafirmar a necessidade da luta contra qualquer tipo de machismo e violência contra as mulheres. No Brasil, elas são praticamente metade da força de trabalho. Para envolver cada companheira nas atividades do sindicato, nas lutas populares, nos movimentos estudantis, é preciso avançar profundamente no combate a todo tipo de machismo, seja a “piada sutil”, o assédio sexual, a agressão física ou psicológica. A frase “quando uma mulher avança nenhum homem retrocede” sintetiza uma ideia poderosa: trabalhadores e trabalhadoras unidos ninguém pode vencer.
Clique no links abaixo e leia também
Por um 8 de março feminista e classista na Petrobrás e no Brasil
Sindipetro-LP fornece transporte para encontro de mulheres petroleiras