Fora Temer e suas reformas!
Assim como a Greve Geral de 28 de Abril que prometia ser grande e não decepcionou, o movimento #OcupeBrasília da última quarta-feira, 24 de Maio, não deixou a desejar: mais de 120 mil pessoas protagonizaram a maior manifestação da capital federal desde os protestos da década de 1990 contra o então presidente Fernando Collor. Agora, em 2017, a pauta também coloca contra a parede um “presidente”. Dessa vez, o desgoverno ilegítimo de Michel Temer.
Em toda a Esplanada dos Ministérios, mesmo em meio à brutal repressão da Polícia Militar, em todo canto ouvia-se os gritos de Fora Temer e Diretas Já. Com isso, ganha ainda mais peso e força a luta pela derrubada de Temer e suas reformas (trabalhista e previdenciária), assim como pela derrubada da lei de terceirizada - aprovada recentemente. Contra qualquer possibilidade de acordão que envolva eleições indiretas, a população exige Diretas Já para Presidente e para o Congresso, pois os deputados que hoje ocupam o legislativo não têm autoridade para aprovar as reformas e muito menos eleger um novo presidente.
Confira as imagens da delegação do Sindipetro Litoral Paulista
No noticiário do dia muito se alertou sobre “o vandalismo na manifestação” ao mesmo tempo em que nada se fala sobre os verdadeiros vândalos: os corruptos que desviam dinheiro público para seus próprios bolsos. Vândalos, para nós trabalhadores, são os que permitem uma sonegação da Previdência Social na casa dos 500 bilhões reais pelas mesmas grandes empresas que financiam suas campanhas e depois dizem que a aposentadoria pública não é sustentável no país.
A Polícia Militar do Distrito Federal, comandada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), revistou manifestantes no trajeto da Esplanada, bloqueou a entrada da Praça dos Três Poderes, e estava disposta a reprimir a qualquer respiro dos que participavam da marcha. E Temer não gostou de ouvir 150 mil vozes gritando na Esplanada para que ele caísse. Quando a repressão já estava instalada, o presidente, não satisfeito, decretou a “Garantia de Lei e de Ordem” em todo o Distrito Federal até o dia 31 de maio. Se valendo da Lei Complementar nº 97/1999 e do artigo 84 da Constituição Federal, colocou as Forças Armadas para reprimir brutalmente a manifestação. Pressionado, foi obrigado a recuar e revogar o decreto.
Ao total 1300 militares do Exército, Marinha e Aeronáutica se posicionaram na Esplanada dos Ministérios. Um aparato de bombas de gás lacrimogêneo e gás pimenta, armas letais e cavalaria contra os manifestantes.
Esses manifestantes são trabalhadores que vieram de todo os estados brasileiros para mostrar sua indignação com o governo Temer e defender seus direitos trabalhistas e previdenciários. Dentre eles, a caravana do Sindipetro Litoral Paulista, composta por petroleiros e petroleiras, ativos, aposentados e pensionistas, e também servidores e servidoras municipais de Santos, estudantes, desempregados de Cubatão, entre outros trabalhadores da região que se incorporaram à caravana do Sindicato. No total, quatro ônibus partiram para a capital federal, sendo dois de Santos, um de Cubatão e outro de São Sebastião, reservado em parceria com o Sindipetro-SJC.
Uma repressão violenta e desnecessária. Inaceitável!
A manifestação foi histórica não apenas pelo número recorde de participantes, mas também pelas mais de 4 horas em que os trabalhadores e ativistas presentes resistiram às bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha e, em alguns casos como a própria imprensa reconhece, o uso de armas letais!
O que Temer e seus parceiros não contavam é que da mesma forma que os manifestantes corriam das bombas, voltavam em seguida mais determinados a resistir. A cada bomba, o “Fora Temer” voltava mais forte.
Após tanta resistência e força coletiva, demonstrada por todos que ousaram enfrentar a violência policial, saímos mais fortes de Brasília. Agora, a tarefa imediata e urgente, que deve ser levada como prioritária pelas centrais sindicais é a imediata convocação de uma nova e mais forte greve geral, dessa vez de 48 horas! Este é o único caminho para barrar as reformas da Previdência e trabalhista, revogar o projeto de terceirização e derrubar o governo de Michel Temer.