GREVE GERAL
A Baixada Santista vai parar nesta sexta-feira (30) - dia de greve geral em todo o país contra as “reformas" da previdência e trabalhista, e pela anulação da lei de terceirização. Foi o que ratificou a Plenária Aberta realizada na sede do Sindipetro-LP, em Santos, na noite da última quarta-feira (29). O auditório contou com a presença de mais de 200 pessoas, entre dirigentes sindicais e trabalhadores de diversas categorias, além de ativistas dos movimentos sociais e estudantil. Organizada pela Frente Sindical Classista, a atividade demonstrou ser uma ferramenta importante para garantir que o conjunto do movimento sindical se articulasse de forma unitária para garantir um forte 30 de junho na região.
Logo pela manhã, conforme deliberado na plenária, serão realizados piquetes nas principais vias de acesso das cidades da Baixada Santista. Por ser uma região com forte perfil metropolitano, a expectativa é de que os bloqueios dos manifestantes afetem sensivelmente a rotina de diversas cidades, como Santos, São Vicente e Praia Grande. Na sequência, por volta do meio-dia, está previsto Ato Unificado na Praça Mauá, em Santos.
Repetindo uma realidade que se reproduz em todo o país, diversas categorias da região enfrentam duros ataques dos patrões. Por isso, a greve geral se apresenta como uma oportunidade de impulsionar e conectar as lutas específicas desses trabalhadores com as demandas mais gerais do conjunto da classe trabalhadora brasileira. É o caso dos estivadores e petroleiros, duas categorias operárias estratégicas do país que prometem aderir à greve com bastante força.
Assista ao vídeo com trechos da Plenária Aberta
Setor operário na greve
No caso da estiva, que está em campanha salarial, a categoria aprovou em assembleia greve de 48 horas em quatro terminais de contêineres. Serão afetadas pela paralisação, que começa às 7 horas de sexta-feira (30) e terminará às 7 de domingo, as empresas Santos Brasil, Libra, Ecoporto e BTP. No caso dos petroleiros, em assembleia a categoria aprovou greve de 24 horas em todas as unidades da região.
A orientação do Sindipetro Litoral Paulista é de que os trabalhadores em greve não fiquem em casa. É preciso estar nas ruas, fortalecendo este importante dia de luta. Neste caso, pedimos que os trabalhadores de todas as bases da Baixada Santista se dirijam diretamente para o prédio do Valongo, em Santos, para ajudar os dirigentes sindicais no trabalho de convencimento com aqueles petroleiros da unidade que ainda estejam em dúvida sobre a adesão ao movimento.
Em nossa categoria, importante frisar que diante da redução do efetivo das unidades de refino em todo país não está descartada a possibilidade de continuidade da mobilização em nível nacional, seja através de greve ou paralisações parciais. Aliás, esta é a única saída para garantir que a Petrobrás não se transforme numa fábrica de acidentes e situações de riscos gravíssimos à segurança das unidades e dos trabalhadores. A greve geral será uma possibilidade de fortalecer a nossa luta contra o desmonte da companhia, contra a privatização da maior empresa do país.
Servidores e bancários também aprovaram greve
Outras duas importantes categorias também aprovaram a adesão à greve geral em suas assembleias: servidores de Santos e bancários, que devem ser parte importante da organização das mobilizações. Outros trabalhadores, que compõem comissões de base e oposições sindicais combativas, como servidores de São Vicente e Cubatão, também irão se integrar ao 30 de junho, garantindo o apoio nas atividades das categorias que devem construir a greve com mais força. Postura semelhante tomou os estudantes, que em assembleia na Unifesp Baixada Santista decidiram pela adesão à greve geral, construindo este dia de luta em aliança com a classe trabalhadora.
Porto de Santos
Durante a plenária, o presidente do Sintraport (Sindicato dos Operários Portuários), Claudiomiro Machado, o Miro, afirmou que - diante da definição do movimento sindical da região - os trabalhadores do Porto de Santos também irão se incorporar à greve geral. “Estaremos alinhados com o que for definido aqui. Podem contar com os trabalhadores do Porto. Também estaremos na greve”, afirmou.
No dia 28 de abril, quando diversas cidades do país foram afetadas pela maior greve geral dos últimos vinte anos, a Baixada Santista foi uma das regiões mais afetadas pela mobilização. A expectativa para esta sexta-feira é que, mais uma vez, os trabalhadores região demonstrem a sua vocação histórica para a resistência e para a luta.
