SIPAT
Em 18 de setembro de 2017, há exatamente um ano, Marcelo do Couto Santos faleceu vítima de exposição ao benzeno. Marcelo tinha 49 anos e trabalhava há 30 como técnico de operação no terminal de Pilões da Transpetro de Cubatão. Devido aos exames periódicos, que realizava a cada seis meses, a empresa sabia das alterações no sangue de Marcelo. No entanto, nada foi feito para afastá-lo da exposição.
Para alertar sobre os riscos da exposição ao benzeno, discutir a prevenção e marcar um ano dessa perda, o Sindipetro-LP realizou atividades na Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) das unidades da Petrobrás na região.
O diretor do sindicato, Marcelo Juvenal Vasco, fez uma palestra sobre o tema no terminal de Pilões, mesma unidade em que Couto trabalhava, e reforçou a importância de exigir que a empresa tome medidas para eliminar os riscos e garantir a saúde dos trabalhadores. Os trabalhadores fizeram um minuto de silêncio para homenagear Couto.
Já a diretora Fabíola Calefi falou aos trabalhadores do terminal de Alemoa, em Santos, sobre relações de trabalho e equidade de gênero, além de assédio moral e sexual.
No Terminal Pilões, assim como em outras unidades do Sistema Petrobrás, os gestores permitem há anos que os trabalhadores manipulem petróleo e gasolina, que contém benzeno em sua composição. O sindicato cobra que a Petrobrás cumpra o acordo nacional do benzeno, mas a gerência de Pilões não atende essa reivindicação alegando que os níveis de exposição não são nocivos. É preciso reforçar, no entanto, que não há limites seguros de exposição ao agente cancerígeno.
Ao não reconhecer essa situação a Petrobrás deixa de aplicar o Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno (PPEOB), que exige:
- medidas de segurança nas instalações, como alterações tecnológicas e maior controle de emissões do benzeno;
- implementação do Grupo de Trabalhadores do Benzeno (GTB), que amplia o debate, propõe ações e leva informações sobre o benzenismo para os demais trabalhadores;
- e implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que estabelece um maior controle e acompanhamento à saúde do trabalhador exposto a agentes cancerígenos.
“A participação do Sindipetro-LP na SIPAT, através destas palestras, é mais uma forma de mostrar o risco de exposição ao benzeno, ampliar o debate e, principalmente, cobrar que a Petrobrás aplique as medidas de segurança e tecnológicas para diminuir cada vez mais os riscos à saúde dos trabalhadores”, afirma o coordenador do Departamento de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do sindicato Marcelo Juvenal Vasco.