Sem a nossa energia Não Rola!
Ao analisar o momento atual da Petrobrás, os jornalistas José Trajano e Paulo Henrique Amorim concordam com a afirmação do economista William Nozaki de que a visão privatista que tomou conta do Brasil nos últimos tempos tem relação com a ideia de que nosso desenvolvimento produtivo e industrial deva ser secundarizado para garantir ganhos financeiros de curto prazo para grupos estrangeiros.
Em entrevista para um documentário sobre a petrolífera brasileira, com lançamento previsto para janeiro de 2019, os dois jornalistas fixam a atenção na história e voltam um pouco no tempo lembrando que decisões políticas em favor da privatização não são exatamente uma novidade na trajetória de nosso país. José Trajano recorda que nas décadas de 1950 e 60, cada vez que a Petrobras mostrava crescimento, surgia uma autoridade falando sobre a privatização da empresa. De acordo com Trajano, esse pensamento foi defendido por Carlos Lacerda, representante mor da velha UDN e pelo Brigadeiro Eduardo Gomes, por exemplo.
Já Paulo Henrique Amorim chama a atenção para o fato de que a tomada de posição contra a privatização do setor petrolífero teria sido um dos motivos do suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e da queda de Jango, em 1964. João Goulart teria caído logo após anunciar a estatização das refinarias privadas de petróleo.
Ainda de acordo com Amorim, o impeachment de 2016 teria como questão central uma política com vistas à transferência do controle da Petrobras do povo brasileiro para os americanos.
No entanto, a análise dos entrevistados tem também um viés de esperança. Trajano afirma que é importante recordarmos dos momentos em que “alguém toma atitude contra essa gente”, das ações de resistência que sempre existiram e continuam a existir. Entre elas, a própria campanha “Sem a Nossa Energia Não Rola”, desenvolvida por petroleiros do Litoral Paulista, e o documentário que será lançado no início de 2019.
Assista trechos destas entrevistas:
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