Brasil será quinto produtor de petróleo, mas não ingressará na Opep, diz ministro

4º maior exportador

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, avalia que o Brasil, apesar da projeção de aumento expressivo de sua produção de petróleo nos próximos anos, deve continuar interagindo com os grandes produtores mundiais sem entrar, por enquanto, na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), cartel liderado pela Arábia Saudita.

“Não é uma questão de filiação ou não filiação. É uma questão de cooperação, é uma questão de estar presente [nas discussões com os grandes produtores]”, disse o ministro durante o encontro empresarial promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A declaração foi dada em resposta a provocação feita pelo presidente da federação, Flávio Roscoe.

Albuquerque afirmou que tem participado de reuniões da Opep com ministros de energia do grupo dos vinte países mais ricos (G20). “Nessas reuniões o Brasil tem sido reconhecido como um país que tem superado as dificuldades e tem sido muito bem sucedido nas ações que estão sendo implementadas nos setor”, afirmou.

O ministro reiterou que nos próximos anos o Brasil alcançará as posições de quinto maior produtor e quarto maior exportador de petróleo do mundo. Atualmente, disse ele, o país ocupa a oitava e nona posição respectivamente. "Nossa produção de petróleo e gás vai crescer exponencialmente”, comentou.

Albuquerque destacou hoje o novo recorde de exportação de petróleo da Petrobras, atingido em setembro, apesar da queda na demanda mundial provocada pelos efeitos da pandemia. Os dados foram divulgados pela companhia ontem à noite.

“Durante a pandemia, a Petrobrás bateu o recorde de exportação de mais de 1 milhão de barris em maio. E, ontem, o presidente da Petrobras [Roberto Castello Branco] me enviou a informação de que, em setembro, ela bateu o recorde novamente de exportação de petróleo quando houve uma retração no mundo como um todo da ordem de 25%”, afirmou o ministro na apresentação.

Para Albuquerque, o bom desempenho da companhia é explicado pela qualidade do óleo comercializado, com baixo teor de enxofre e baixo custo de extração — a maior parte extraída das reservas do pré-sal.

Fonte: Valor Econômico