Gestão da UN-BS ignora petroleiros da Plataforma de Merluza e impõe escalas de trabalho extenuantes

cada dia pior

Os problemas na plataforma de Merluza se multiplicam a cada dia. O processo de hibernação da unidade vem servindo de ‘cortina de fumaça” para que a gestão da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UN-BS) promova um pacote de maldades.

Com a paralisação da plataforma muitos trabalhadores foram realocados em refinarias do sistema Petrobrás. A falta de contingente acabou com a escala fixa de 14x21. Os trabalhadores têm sido convocados para antecipar o embarque e nem mesmo os cargos de chefia têm sido poupados. No Aplat aparece que os supervisores estão ficando entre 22 e 28 dias a bordo. Uma tremenda bagunça!

Outro problema é o fim do procedimento padrão em relação ao gozo das férias. Pelo procedimento o trabalhador não pode iniciar o recesso se estiver com folga projetada. Se isso acontecer, os dias de folga que não foram usados devem ser pagos como hora extra. O padrão vem sendo ignorado pela chefia e os trabalhadores acabam adequando o período de férias “ao desejo” dos gestores. Pelo procedimento o trabalhador não pode entrar de férias se estiver com folga marcada, mas isso não está acontecendo. Isso é uma demonstração clara de que a “lei do cão” se instalou na unidade.

Infelizmente, como diz o ditado popular: miséria pouca é bobagem. A plataforma de Merluza está abandonada pelos setores de suporte da UN-BS. Um exemplo disso, é o ENGP/AUT, setor responsável pela automação das plataformas, que oferece suporte 24h, mas para os trabalhadores da unidade o atendimento é feito somente em horário comercial. Segundo informações, a ordem veio do alto escalão da UN-BS. Há alguns meses que a empresa criou uma célula de analisadores em linha e o suporte está restrito apenas para os replicantes, o que não inclui Merluza.

Para a atual gestão da Petrobrás e a UN-BS a unidade offshore só existia quando batia recordes de produção. Agora que está em processo final de hibernação, que é um tremendo erro, ela se tornou invisível. A sanha privatista do atual governo emparelhada com a atual cúpula da empresa tem sido nociva à força de trabalho. O intuito é lucrar mesmo que isso implique em largar os trabalhadores à própria sorte.

O Sindipetro-LP exige que esse quadro seja revertido e que os direitos dos embarcados sejam respeitados e que tenham segurança no ambiente de trabalho.

Transferências compulsórias
Com a hibernação da unidade um novo problema surgiu. Os trabalhadores foram transferidos para refinarias no Estado de São Paulo sem opção de continuar na UN-BS. A atual gestão da Petrobrás, mais uma vez, enfiou “goela abaixo” dos embarcados uma decisão sem ao menos se preocupar o que isso acarretaria. Muitos petroleiros que moravam em outros estados tiveram que abrir mão de toda uma estrutura de vida e familiar para manter os empregos.

O pior de tudo isso é que existem vagas em outras plataformas e as transferências para esses locais não causariam transtorno como o de ter que migrar para São Paulo. Quando foi anunciado que Merluza seria hibernada, vários trabalhadores receberam propostas de supervisores de outras plataformas para ocuparem vagas. Isso é prova mais do que cabal que a UN-BS poderia abrigar esses trabalhadores.

O RH da Petrobrás negou as transferências para preencher vagas no refino ao invés de abrir concurso. O Sindipetro-LP vem “batendo nessa tecla” faz muito tempo, mas sempre é ignorado. Haja vista, as inúmeras denúncias de redução de efetivo em todas as bases abrangidas pelo Litoral Paulista. O lucro sempre em primeiro lugar! Os gestores preferem mudar a vida de todo mundo e o regime de trabalho ao invés de fazer o que é certo. A falta de boa vontade da gerência é que causa isso tudo já que a força de trabalho pode ser realocada para vagas disponíveis em diversas plataformas que estão sem mão de obra. O problema existe principalmente no turno da noite.