P-67 tem água salobra, imprópria até para o banho

Há cerca de cinco dias a água do banho e das torneiras da plataforma P-67 está salobra, apresentando gosto salgado percebido quando os trabalhadores tomam banho, escovam os dentes e em outras aplicações da água a bordo. Uma análise feita no laboratório da plataforma indicou mais de 1000 mg de micropartículas na água coletada da cozinha da embarcação.

Até o momento a gerência da plataforma não deu nenhuma satisfação aos embarcados, somente diz que está arrumando, mas o problema está indo para o quinto dia e nada.

A recomendação para resolver o problema é a chegada de água potável por rebocador, para trocar todo inventário da plataforma, mas até o momento nem sinal de que isso será feito.

Além da água salgada, a plataforma está com problema no aquecimento. Segundo relatos, o sistema de aquecimento da água para o casario não está funcionando direito, mantendo a água entre morna e fria. Se em terra, as baixas temperaturas começam a incomodar, imagine o desconforto em alto mar. Embora o assunto seja sério, os trabalhadores tentam descontrair, brincando que estão no programa "No Limite", com água salobra e fria pra tomar banho.

A reclamação é geral. Os trabalhadores estão receosos de pegarem um resfriado devido ao banho gelado e terem que desembarcar com sintomas, por suspeita de covid.

Em abril deste ano os trabalhadores da P-70 sofreram com surto de Doença Transmitida por Água e/ou Alimento (DTA) na plataforma. Na ocasião, 16 trabalhadores, entre próprios e terceirizados, apresentaram sintomas da doença. O número de doentes na plataforma chegou a 12% do efetivo, considerando que o total de embarcados é em média de 130 pessoas. Segundo o padrão da Petrobrás, é considerado surto por DTA quando dois ou mais casos parecidos são identificados.

Os sintomas mais comuns da DTA são vômitos e diarreias, podendo também apresentar dores abdominais, dor de cabeça, febre, alteração da visão, olhos inchados, dentre outros.  

Apesar de até o momento nenhum trabalhador ter apresentado sintomas da doença, é possível prever que manter os embarcados utilizando uma água imprópria para o consumo poderá acarretar no adoecimento de alguém da equipe.

A diretoria do Sindipetro-LP tomou conhecimento do problema e está em contato com os gestores da empresa para resolvam o mais rápido possível.

Isso não pode ficar assim!