Gerência da UTGCA cobra multifuncionalidade dos petroleiros, mas fragmenta responsabilidades com chefias que não tem razão de existir

Dê o exemplo

Os petroleiros da UTGCA, em Caraguatatuba, vêm sofrendo pressão da gerência da unidade, para que exerçam atividades além de suas funções, numa tentativa deslavada de compensar o baixo efetivo e ganhar nível e promoção em cima dos trabalhadores.

O discurso da gerência da unidade apela para a “multifuncionalidade” do chão de fábrica, no entanto, não considera que para exercer outra função, diferente da que atua, o trabalhador precisará negligenciar sua própria atividade fim, o que no caso de uma unidade de processamento de gás natural, representa deixar setores altamente voláteis à própria sorte.

O discurso de multifuncionalidade, no entanto, não se aplica as gerências, que, aliás, praticam justamente o contrário, subdividindo suas próprias funções com coordenadores, supervisores, líderes de equipe e outras funções penduricalhos, que para nada mais servem do que “aliviar” a gerência, que ganha mais tempo para inventar meios de prejudicar os trabalhadores e lustrar a bota de seus superiores, mas com seus ricos salários e abonos garantidos. Para o chão de fábrica, a gerência reserva a “multifuncionalidade”, como por exemplo, quando ordenou que montador de andaime aproveitasse que estava “lá em cima, para pintar a unidade”.

São 12 operadores por turno, divididos em três áreas, com quatro operadores em cada local. Cada grupo tem um supervisor, além, é claro, do coordenador de operação. Não fosse o bastante, há ainda líderes de manutenção e outros “chefes”. É quase uma piada pronta, como aquela que pergunta “quantas pessoas são necessárias para trocar uma lâmpada?”, mas no caso da UTGCA a pessoa que troca a lâmpada é a mesma que segura a própria escada.

Se a gerência da UTGCA acredita tanto na multifuncionalidade, por que não começa dando o exemplo? Por que ele mesmo não se divide entre as gerências de operação e manutenção, sem acumular salário, claro, pois se os petroleiros do chão de fábrica ganham o suficiente para realizarem atividades além das que lhes competem, um gerente pode muito bem acumular função.

O mesmo deveria ser cobrado das outras funções de confiança, por que não podem se revezar para assumir outras funcionalidades?

Se há tantos supervisores, por que a empresa não os coloca para assumirem a contingência? Se pretendem passar a operação para o administrativo, que passem os coordenadores.

Exemplos não faltam no Sistema Petrobrás, como na unidade de Urucu, no município de Coari, a 650 km da capital Manaus, onde a gerência é Opman e não tem coordenadores.

Fora as funções realmente desnecessárias e chefias de fachada, que servem apenas para separar a categoria em castas, é claro que estamos aqui conjecturando soluções fantasiosas, como são as que a gerência da UTGCA insiste em aplicar na unidade.

A gerência da UTGCA é recorrente em assediar os trabalhadores e aplicar mudanças unilaterais, que provocam a revolta da categoria. Os petroleiros da UTGCA estão no limite da paciência e estão com greve aprovada. Fora as pautas que defendemos, vemos que o assédio se tornou palavra de ordens não apenas na UTGCA, mas em todo sistema Petrobrás, vindo da alta cúpula, hoje chefiada pelo general da reserva, Joaquim Silva e Luna, no comando da Petrobrás.

Como chefes de uma grande categoria, não deviam se preocupar em dar exemplo, ao invés de só cobrarem dos trabalhadores? Os petroleiros sabem de seu papel e importância, mas a função das chefias continua parecendo apenas mais uma forma de receber grandes salários em troca de sacrificar os trabalhadores e isso não aceitaremos!

Estamos mobilizados!