UTGCA indica serviços inacabados como finalizados, elevando índices que favorecem Gerência e alta cúpula

PPP e GD

Desde que o novo gerente geral da UTGCA assumiu a unidade, os índices de execução de serviços passaram milagrosamente a constar como 100% executados, garantindo a essa casta privilegiada da Petrobrás, que os gerentes fazem parte e que inclui o alto escalão da empresa, altos valores por meio do Programa de Prêmio por Performance (PPP) e gerenciamento de desempenho (GD).

O “jeitinho” dado pela gerência para estar no topo das performances dos resultados da empresa parece incerto, mas uma das evidências de que algo não está certo foi revelada após a Liga entregar o contrato, assumido pela BK. Ocorre que antes de se desligar da empresa, a Liga passou meses atrasando os pagamentos e por consequência, os trabalhadores passaram a faltar ao trabalho, deixando bastante serviço acumulado. Apesar das “apropriações” apontarem como “serviços não executados”, no sistema da Petrobrás os campos de “Sem trabalho restante” e “confirmação final” foram selecionados. Isso pode indicar que para o sistema os serviço estão executados, mas a realidade é outra.               

Essa prática sempre foi vista na UTGCA, inclusive com ameaça real da segurança dos trabalhadores e da planta, quando a gerência lança como “serviço feito” manutenções que impactam na Segurança Operacional (SO) da unidade e outros equipamentos, quando na realidade o serviço só será realizado no mês seguintes, mas nunca antes a UTGCA teve índices “tão bons” como agora, com a nova gerência.

Enquanto para o alto escalão da empresa e seus subordinados diretos, coordenadores e supervisores, as execuções mascaradas provavelmente rendem prêmios e dividendos por fora da Participação de Lucros e Resultados (PLR), essa sim destinada a todos os trabalhadores (eles inclusive), os petroleiros próprios do chão de fábrica sofrem com o assédio e cobranças por metas. Talvez não por acaso, a unidade da Petrobrás em Caraguatatuba registre vários casos de afastamento do trabalho por problemas psicológicos, causados pelo assédio constante na empresa.

Para os trabalhadores terceirizados, por sua vez, além do assédio, ainda sofrem com os baixos salários e atrasos, quando não com o calote, simplesmente. Para o trabalhador terceirizado nem mesmo é possível utilizar o direito de recusa, pois ao negar realizar trabalhos fora dos padrões da Petrobrás e que arriscam sua vida, são perseguidos no trabalho ou até mesmo demitidos por isso.

Não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo. A gerência da unidade reflete a visão do governo Bolsonaro, que desprezas os cuidados com a saúde e segurança dos trabalhadores e foca apenas em ganhos próprios e lucro para os grandes.