Geplats da P-67 não querem que os trabalhadores se alimentem durante o turno

12 horas com fome

Agora nem comer o trabalhador pode mais na P-67. Isso porque os geplats estão assediando os trabalhadores da produção, embarcação, manutenção e demais profissionais que fazem turno, ameaçando desembarca-los caso façam suas refeições durante o turno. O geplat chega a intimidá-los de longe, fazendo gesto com o dedo girando para cima, imitando a hélice de um helicóptero, em alusão a chamar a aeronave para que desembarquem. Parece cômico, mas o caso é sério.

Há algum tempo houve outro geplat que queria impor essa norma, até que foi confrontado e alertado sobre a lei 5811 de 11/10/72, que diz que quem faz horário de turno pode ir se alimentar em qualquer horário que ele tiver disponibilidade.

Até o Coprod entrou na onda do geplat e mandou recado para os trabalhadores seguirem as orientações, sob ameaça de desembarque. Ao invés de se preocuparem em manter as equipes completas a bordo, para não comprometer a segurança operacional, fazem o oposto, deixando equipes incompletas, tornando o ambiente mais tenso do que normalmente é na plataforma.

Na maioria dos embarques durante o ano os grupos ficaram incompletos, principalmente pelos cortes devido à pandemia de covid-19, mas também por casos de trabalhadores em férias, licença paternidade, que foi avisada antecipadamente, licença médica, também avisada com antecedência, mas que simplesmente não houve programação de embarque para a reposição, deixando postos desfalcados.

Dessa foram os trabalhadores permanecem sobrecarregados e cansados, tudo porque os chefes não querem gerar Hora Extra, comprometendo assim seus prêmios da liderança (PPP), atuando diretamente para manter em alta seus próprios rendimentos, numa clara situação de conflito de interesses, em detrimento da segurança operacional. E agora mais essa, ameaçando quem vai se alimentar, por não ter outro operador para revezar durante o curto tempo para alimentação.

Essas atitudes só comprovam as muitas "Petrobrás dentro da Petrobrás", como na UO-BS, onde quem passou por outras unidades carrega a máxima de que "UO-BS não é Petrobrás". Enquanto a diretoria orienta os trabalhadores a fazerem o trabalho seguro, ministrando cursos de Compliance e Conflitos de Interesses, a liderança imediata não cumpre o tratado e o trabalhador fica refém da má administração.

Mas enquanto as gerências brincam com a segurança e bem-estar dos trabalhadores, a categoria permanece aqui, guardando a história e lembrando-os como se deve trabalhar com seriedade e seguindo o que determina a lei.