Fake news
Diariamente, o governo de Bolsonaro tenta convencer a população de que a privatização seria boa para o país porque iria reduzir os preços dos combustíveis. Mas, esse discurso não passa de uma grande mentira e tem como premissa a ilusão da livre concorrência.
Como se sabe, essa premissa é falsa e já foi desmentida várias vezes. Cada vez mais, empresas multinacionais ganham dinheiro com o nosso petróleo, justamente por estar atrelado ao preço internacional do barril de petróleo ou podemos dizer alinhado ao Preço de Paridade de Importação (PPI).
Quando a Petrobrás também baseia os preços dos combustíveis nos valores internacionais, por ordem do governo, está fazendo justamente o que o setor privado faz e fará, caso adquira a empresa. Assim, com a alta do combustível, além de sucatear a Petrobrás, o governo tenta jogar a população contra a empresa e seus trabalhadores.
Assim, a tão defendida “não interferência” do governo na política de preços nada mais é que uma exigência liberal para um futuro de livre dominância de algumas empresas internacionais. O objetivo é estruturar o mercado para interno para a livre ação de oligopólios, onde um punhado de empresas irá controlar um setor fundamental para a soberania do nosso país.
Com privatização e desnacionalização da estrutura de refino, transporte e distribuição reduz sua eficiência, prejudica consumidores de derivados, acionistas e compromete o desenvolvimento do Brasil. Além disso, desmonte eleva ainda os custos de produção de diesel. Com a transferência de controle de refinarias, gasodutos e distribuidoras a empresas estrangeiras, por exemplo, os consumidores brasileiros não terão com quem reclamar dos preços altos dos combustíveis, porque a Petrobrás e o governo dirão que nada podem fazer.
Se a Petrobrás for privatizada, privatizaremos o pré-sal, assim como quando a Vale do Rio Doce foi privatizada, privatizaram as jazidas das nossas riquezas exploradas pela Vale. A venda da Vale, além de ter sido por um preço inferior ao seu lucro, alienou o solo explorado, com riquezas imensuráveis, sem preço.
Vale ressaltar que a privatização das refinarias em nada traz vantagem para o povo brasileiro. Não vai permitir ao Brasil ter capacidade de refino, porque é o capital estrangeiro que compra. Nós vamos continuar importando mais milhões de barris em derivados, por dia, gastando divisas com o produto de valor agregado que o consumidor compra (diesel, gasolina e etc.). E, com o tempo, a necessidade de importar mais derivados vai aumentar, assim como os preços. Uma avalanche sem fim!
Mas, se a Petrobrás fosse bem utilizada no papel que lhe cabe, o Brasil poderia atender o seu mercado interno enérgico, estender o consumo per capita de energia e parar de exportar petróleo cru. A empresa tem tecnologia para refinar seu petróleo e não tem motivo para privatizar.
O Brasil é um dos países mais ricos em recursos naturais do mundo. O modelo econômico praticado pelo governo de Bolsonaro não está conectado com nossas riquezas reais, por isso é falho. Não será com manual neoliberal, como quer Paulo Guedes aplicar, que vamos sair dessa crise.
Temos 20% da água doce e potável do mundo, grandes jazidas de ouro, diamante, ferro, nióbio. Temos muito petróleo e capacidade tecnológica para encontrar mais e explorar, além de refinar. Temos clima favorável à produção de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos, vastas terras, mão de obra, ou seja, força de trabalho disponível para mover a economia e atender à demanda produtiva, assim como mercado consumidor interno. Enfim, temos tudo que precisamos para desenvolver este país.
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) vai continuar lutando contra a privatização para defender a nossa soberania e o desenvolvimento do nosso país. Todos contra a privatização!
Acesse também o site do Observatório social da Petrobrás e saiba mais.
Fonte: FNP