Contra a privatização, portuários de São Sebastião param as atividades e petroleiros apoiam a luta

Por 12 horas

A Diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Litoral esteve na manhã desta sexta-feira (28) no Porto de São Sebastião para apoiar a luta dos trabalhadores portuários. O pleito acontece também em todo o país e irá durar 12 horas. A luta é contra a Desestatização da Autoridade Portuária. Em São Sebastião, a mobilização é também pela municipalização do Porto da cidade.

No plano de desestatização, orquestrado pelo atual governo, estão incluídos também os portos de Vitória (ES), Santos (SP) e Itajaí (SC). O governo Federal, até o momento, já arrendou mais de 13 terminais portuários. O primeiro leilão acontece no Porto de Vitória previsto para o mês de março. No Litoral Norte existe a previsão para o segundo trimestre deste ano.

A região conta com duas principais atividades econômicas: o porto e o Terminal Almirante Barroso (Tebar) que é base de competência do Sindipetro-LP. O porto é importante para a navegação de cabotagem e escoamento da produção agropecuária e das indústrias de São Paulo. Diante disso, a unidades entre os trabalhadores portuários e petroleiros é fundamental de modo a se manter empregos com qualidade e manter a mão de obra da região.

A privatização é danosa em toda e qualquer atividade. Passar para a iniciativa privada significa contratar os trabalhadores terceirizados. A proposta do governo é privatizar o porto e entregar para uma única operadora a qual vai fazer a forma de contratação precária e vinculada. Dessa forma, vai fechar mais de mil vagas de emprego de pessoas vinculadas ao Estado, já que é uma companhia estatal. Afora isso, os trabalhadores avulsos também serão afetados já que hoje contam com ganhos financeiros mais vantajosos.

Se o porto de São Sebastião for vendido, a iniciativa privada é quem irá ditar as regras. O processo vai atingir desde a área da vigilância que vai deixar de ser subjugada a Companhia Docas para ser operada por qualquer categoria de empresa terceirizada que na sua grande maioria não tem lastro financeiro e prima pela retirada de direitos e por pagar salários bem abaixo do praticado no mercado. Além disso, toda movimentação de carga será feita com trabalhadores vinculado  a CLT. Os trabalhadores do porto querem manter a forma de atuação, salários e a economia de São Sebastião ativa com esses ganhos. Se a desestatização for concretizada será uma clássica transferência de renda onde os trabalhadores ganham e tem certa dignidade. Com a venda essa realidade será modificada.  Diante disso, os petroleiros estão juntos na luta com os companheiros do porto. Assim como o petróleo é do povo brasileiro, o porto de São Sebastião é dos sebastianenses.